Reação Química (Cophine)

87. Epilogue

-PoV Maya- 6 MESES DEPOIS

Apesar de não ter a Rachel ao meu lado como eu tanto sonhava, as coisas até que andavam muito bem. Não sei se a expectativa de receber uma notícia a qualquer momento de que ela poderia entrar num regime semi-aberto me motivava a querer estar bem, mas parecia que eu vivia meus melhores dias, quase sem crises, avançando no tratamento e sempre muito regular com os remédios.

Por outro lado, minha vida parecia ter estagnado, era como se ela só fosse voltar a ativa quando Rachel estivesse comigo. Mas ao mesmo tempo... eu sentia que não tinha descanso algum no meu dia a dia, e isso graças a Cosima Niehaus.

Assim que ela conseguiu seu título de Doutora com direito até a um certificado de Honra ao Mérito Acadêmico, ela foi chamada pelo Instituto como Pesquisadora pra continuar orientando os outros alunos que trabalhavam na continuação de seus estudos. Ou seja, agora Cosima é co-orientadora do meu mestrado e não me dá um segundo de descanso naquele laboratório.

Tem dias que acho que ela pega no meu pé mais que o normal e tem dias que eu acho que é o jeito dela de ensinar. Mas no fim das contas eu não reclamo, porque é isso que vem mantendo minha mente mais do que ocupada.

Sobre a nossa relação, eu diria que estamos bem, não somos amigas e talvez nunca seremos, mas Cosima é divertida, ela consegue deixar qualquer ambiente mais leve, sem contar que ela é extremamente inteligente. Em uma simples conversa no laboratório a gente aprende tanto com ela sobre pesquisas, que no segundo seguinte todo mundo sai correndo pra corrigir seus trabalhos. Até porque, se ela pegar algum pra corrigir... é certeza de que ele vai voltar completo de "observações" além de uma singela mensagem lembrando que não estamos mais na graduação e que aquilo agora é o nosso trabalho.

Já com Delphine, minha relação é um pouco mais distante, a gente trabalha no mesmo hospital fazendo o serviço comunitário, mas ela sempre foi muito fechada pra amizades. Ela chega, faz o trabalho dela e vai embora, pra os outros médicos que não a conhecem como eu, ela é a médica mais insuportável daquele hospital.

Mas o que me afastou mais das duas foi o fato do meu tio não namorar mais com a Anne. Até hoje ele não aceita muito bem o término, sempre alega ter sido por uma "besteira" e vive tentando ir atrás dela. Eu não conheço tanto a Anne pra dizer se ainda há chances deles voltarem, mas eu já fui essa pessoa insistente e chata com Delphine, então, já tenho a experiência pra dizer que essa atitude dele não vai levar a nada. Mas de qualquer forma, ele não escuta, então vai precisar quebrar a cara por si só.

A única coisa que faz com que a gente de fato não perca o contato fora do ambiente de trabalho, é a amizade delas com meu primo Mitchell, então vez ou outra rola alguma festinha ou uma simples reuniãozinha em casa pra comer alguma coisa e jogar conversa fora. E não é que a gente se odeie ou algo do tipo, na verdade hoje eu torço muito por elas e espero de coração que elas sejam muito felizes, mas, muita coisa aconteceu entre a gente e eu mesma termino me sentindo um pouco desconfortável perto das duas. De alguma forma, eu sempre vou ser a pessoa que um dia tentou separar elas, então o mais saudável pra todo mundo, é que deixemos as coisas fluírem. Se vamos continuar próximas ou perder o contato de vez... só o tempo vai dizer.

Enquanto isso, eu tento aproveitar ao máximo pra aprender com Cosima no laboratório, já que ainda me considero nova na área da pesquisa. E acima de tudo, aguardo ansiosamente pelo dia que vou poder estar com a Rachel de novo, só quando ela estiver em meus braços é que meu coração vai conseguir se tranquilizar mais uma vez.

-PoV Delphine-

Assim que acordei, a primeira coisa que fiz foi procurar por Cosima na cama. Sempre que a gente dormia juntas eu ficava olhando pra ela e agradecendo de coração por ainda ter o seu amor. Claro que eu perdia todo o foco em sua beleza e quando notava já estava sem querer acordando ela enchendo-a de carinhos e de beijos pelo rosto.