11. Poor you

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Já eram mais de 10h da noite, Cosima estava de pé em frente ao prédio de Delphine. Ele não tinha muitos andares, mas ela não fazia ideia qual deles fosse o da francesa. Ela sabia que Delphine iria sair com uns amigos do hospital, então, se ela estava em casa ou não, ainda era uma preocupação.

Pra sua sorte, um casal de idosos estavam chegando naquele momento do que parecia ser uma viagem pelas malas que carregavam. Então Cosima os cumprimentou e pediu informação sobre a "amiga".

-Ah, a médica francesa. Ela é um amor. -disse a senhora. -Vem, a gente te mostra o caminho, querida.

Cosima primeiro os ajudou com as malas e depois eles indicaram o apartamento de Delphine. Ela bateu na porta e aguardava um tanto nervosa.

-Oi, de novo. -Cosima disse sem jeito assim que Delphine abriu a porta.

-Cosima? -a francesa estava muito surpresa e seus olhos arregalaram ao vê-la.

-Eu tô te atrapalhando?

-Não, claro que não. Impossível. -Delphine disse e se apressou em pegar o casaco de Cosima assim que ela entrou. -Aconteceu alguma coisa?

Delphine aparentemente já estava pronta para sair, ela usava uma mini saia preta e uma camisetinha branca, seus cachos estavam presos num coque e várias mechas ficaram soltas na frente do seu rosto. Mas o que Cosima não deixou de notar foram os seus olhos, estavam escuros e vermelhos, com certeza ela havia andado chorando.

-Então, parece que eu tenho esse dom de falar as coisas sem pensar. E eu não queria ter dito nada daquilo mais cedo. Você tá bem?

-Acho que sim. Mas eu não consigo parar de pensar nas coisas que você me disse.

-De uma forma muito ruim?

Elas estavam em pé uma de frente para a outra próximo a uma mesa de escritório que tinha algumas pastas em cima. Delphine demorou um pouco a falar encontrando as palavras certas, mas ela se sentia aliava de ter Cosima ali para ouvi-la e não para discutir.

-Bom... eu sei que eu mereço todo o seu desprezo, e talvez eu haja diariamente como se estivesse tudo bem, mas eu sei que não está e não faço isso por mal, eu só não sei como reagir e eu fico feliz em te ver e isso eu não tenho como esconder. Mas, depois que você falou aquelas coisas eu lembrei do que a Shay me disse...

-O que? Shay falou com você? O que ela disse?

-Ela gosta de você, Cosima. Ela só me pediu pra que eu ficasse longe e disse algumas outras coisas, uma delas foi que você estava bem sem mim aqui. E ela tem razão, eu não vou ficar no seu caminho, nem no dela, você não precisa de mim aqui, então não precisa mais se preocupar comigo pegando no seu pé tentando puxar assunto, porque eu não vou mais fazer isso. Eu prometo que vou fazer a sua vontade e te deixar ir. -ela dizia de cabeça baixa tentando evitar que Cosima visse seus olhos enchendo de lágrimas.

-Não é isso que eu quero, Delphine.

Cosima sentia suas mãos suarem e tinha um nó na garganta como se fosse chorar a qualquer momento. Depois de tudo o que passou, era difícil admitir que ela ainda precisava de Delphine por perto.

-Não? -a francesa encontrou seus olhos e a olhava com curiosidade.

-Eu entendo as suas escolhas. Não tô dizendo que concordo, nem que eu te perdoo. Mas eu entendo, e eu não vou te julgar pelo resto da vida porque eu também não sei se eu teria feito a escolha certa no seu lugar. E... -Cosima travou por alguns segundos antes de voltar a falar. -Eu não consigo parar de pensar em você nem um segundo sequer. Mas eu também não paro de te culpar por você achar que sabia o que era melhor pra mim, eu te amei tanto e você arrancou isso de mim. Eu passei a te odiar porque todas as noites eu chorava desejando que você tivesse me escolhido, mas ao mesmo tempo eu queria que você tivesse ali pra me consolar porque você era o melhor pra mim, eu queria ter tido a oportunidade de te dizer isso, que independente de qualquer coisa, era você que eu queria. Quem sabe isso não teria mudado a sua decisão...

Reação Química (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora