79. She's not innocent

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Beth ficou um pouco sem jeito quando o amigo falou de seu pesadelo, mas ela tratou de mudar de assunto o mais rápido que pôde. Falar sobre aquilo a deixava ainda mais tensa e naquele momento ela só queria se preparar pra finalmente encurralar Delphine. Não era segredo pra ninguém que ela realmente desconfiava da loira, então ela estava disposta a provar que sempre esteve certa. Mesmo que isso lhe distanciasse ainda mais de Sarah.

Os dois levaram apenas algumas horas para conseguirem voltar até Paris com o reforço da polícia. A informação havia ficado só entre eles e o intuito era pegar as duas de surpresa, Mayane em casa e Delphine no hospital.

Por algum motivo desconhecido, o tiro saiu pela culatra. Art e Beth chegaram no endereço onde Mayane deveria estar, mas a casa estava completamente vazia. Sem nenhum sinal de que alguém já havia morado lá. Se não fossem as fotos do Art, eles não teriam nada. Porém, mais uma vez eles não sabiam o paradeiro de Mayane, o que sobrava era continuar interrogando Delphine.

-PORRA! -Beth gritou aparentando estar bastante estressada e chutou um dos vasos de planta do jardim.

-A polícia vai vasculhar essa cidade inteira, ela não tá muito longe, nós vamos achá-la. Tenha calma. -Art tranquilizou.

-Eu não tenho mais calma, Art. Esse tempo todo e ninguém tinha conseguido achar a Mayane. Delphine é a única que sabe sobre ela e vamos continuar na estaca zero porque essa mulher não vai falar nada.

-Por que você não pega as fotos que eu tirei e vai conversar com Cosima? -Art deu a ideia tentando fazer Beth pensar em qualquer coisa que não fosse em sua raiva. -Eu sei que corremos o risco dela estar defendendo Delphine, mas se ela não estiver, você pode tentar fazer com que ela abra uma denúncia. Se Cosima fizer isso, a gente pode solicitar um interrogatório e encurralar a francesa de todo jeito. Mesmo com a presença do advogado ela vai ser obrigada a responder nossas perguntas. Dependendo das respostas, muita coisa pode acontecer.

-Sabe de uma coisa? -Beth pensou em voz alta. -Eu vou fazer isso mesmo. Se Cosima não aceitar, já vamos saber muito bem o motivo. É porque ela tá protegendo Delphine.

-Se isso acontecer, a gente pode denunciar Cosima como cúmplice. É isso que você pretende fazer? Sarah vai querer a sua cabeça.

-Não. Claro que não, Art. Eu quero ajudar, Cosima. O que eu posso fazer é tentar abrir os olhos dela com fatos. Eu posso falar de tudo o que eu sei desde que Delphine morou em Toronto na adolescência, sei lá... eu vou ter que usar tudo o que tiver ao meu alcance.

-Isso não vai parecer estranho? Você falar de coisas de anos atrás que Cosima nem sonha que você sabe?

Beth pensou um pouco no questionamento do amigo, mas logo respondeu:

-Naquele tempo eu tinha acabado de entrar pra polícia como agente. E "Cormier" na cidade de Toronto não é um sobrenome que se ouve em toda esquina. Não tem nada de estranho eu lembrar histórias antigas. Foi praticamente o meu primeiro caso. Como eu esqueceria?

-Tudo bem. Você parece decidida, minha amiga. Então vamos. Espero que seu plano dê certo.

-É melhor que dê certo mesmo, Art. Porque eu não sei mais o que eu posso fazer pra resolver esse caso no meio de tanta gente mentirosa.

(...)

Depois do breve diálogo que eles tiveram, Beth e Art voltaram pra Lyon enquanto a polícia permanecia com buscas mais a fundo por Mayane. Como já fazia bastante tempo que Art estava sem dormir, eles combinaram de ir na casa de Cosima apenas no outro dia quando ela finalizasse seu expediente no Instituto.

Reação Química (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora