47. Your wish is my command

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-Okay, Delphine. -Cosima respirou fundo tentando não ser mais uma a falar besteira naquele quarto depois de toda aquela discussão. -Você quer dizer mais alguma coisa a mim também?

-Não, Cos. Eu fiquei chateada com você sim, mas porque eu não suporto ver quem eu amo fazendo algo tão banal pra se prejudicar, mas eu não fiquei com raiva. Mesmo você não lembrando, nós duas ainda nos divertimos bastante rindo com a sua embriaguez, mesmo que exagerada. Sendo que claro que eu me preocupo, por isso quando você me pediu mais bebida eu te fiz beber várias "doses" de água deixando você achar que era vodka, porque mesmo me preocupando eu não quero limitar sua diversão, mas eu não posso ficar assistindo vocês se fazerem mal e no final fingir que tá tudo bem e achar só engraçado. E se o Felix não aguenta ouvir a verdade, o problema é todo dele.

-Certo. Vem cá. -a morena chamou dando duas batidinhas ao seu lado na cama pra Delphine sentar. -Eu concordo com você, meu amor. Principalmente, porque eu sei que nesses momentos você fica com um olhar mais clínico, além de ser super protetora. Você sempre foi assim, isso não é novidade pra mim e eu te amo desse jeitinho, você estando preocupada ou brava me deixa ainda mais apaixonada por você. Mas Del, você tem que parar de tratar as pessoas assim quando algo não ocorre da forma como você esperava, você não tem como definir a intensidade da dor de ninguém nem muito menos condenar a atitude de outra pessoa baseado no que você faria. Aos meus olhos você é perfeita, você é a mulher da minha vida, Felix está certo e você tem muita sorte de me ter mesmo, mas da mesma forma que eu tenho muita sorte em ter você também, uma coisa não anula a outra. Então, por favor, pensa nas coisas que você disse a ele ainda a pouco. Felix sabe que errou e veio aqui todo arrependido pra pedir desculpas à amiga e foi tratado daquele jeito. Nem parecia aquela Delphine que salvou ele. Você precisou ser a médica dele essa madrugada? Sim... Mas já passou, ele está bem e agora precisa de uma amiga, ele precisa de você.

-Dizer a verdade agora é deixar de ser amiga? -a loira perguntou com relutância.

-Bom, Delphine. Já percebi que você está disposta a fazer essa conversa virar um looping, então não vou insistir. Mas vou destacar duas coisas, primeiro você não é a dona da verdade e segundo que você tratou nosso amigo muito mal.

-Então você acha que eu sou a dona da verdade? Igual o Felix falou?

-Claro que não, mas você agiu como se fosse, porque você está estressada, por isso eu tô te pedindo pra pensar melhor. Você foi grosseira e insensível com os sentimentos dele sem necessidade nenhuma. -Cosima havia alterado um pouco o tom da voz ao falar, mas ela se esforçava para não ultrapassar aquele limite e começar mais uma discussão.

-E ele fez a mesma coisa, Cosima. Na verdade ele foi bem pior falando aquelas coisas sobre nós duas.

-Delphine, Felix só estava se defendendo de você que tava praticamente atacando ele com palavras bastante dolorosas. Tudo bem que ele precisava mesmo de um puxão de orelha, mas aquilo foi demais...

-Ahh, quer saber? Eu cansei disso, Cosima. Vou jantar lá embaixo, tudo bem?! Preciso esfriar minha cabeça.

-Espero que esfrie o suficiente pra pedir desculpas ao Felix depois. -Cosima agora usava um tom sarcástico, mas a loira sabia que ela falava sério.

Não conseguindo ao menos controlar a revirada de olhos, Delphine saiu do quarto levando só a carteira e o celular sem dizer mais nada. Cosima ficou encarando o chão por alguns momentos depois que ela saiu e pensava em todo o ocorrido mais uma vez quando sua barriga roncou de fome lhe tirando de seu transe. Como ela não estava no clima de sentar com Delphine pra jantar e provavelmente nem a loira estaria também, ela decidiu pedir a comida no quarto mesmo. Se ainda houvesse mais alguma coisa que pudesse destruir aquela viagem, seria a vez dela de surtar, mas que fosse pelo menos de estômago cheio.

Reação Química (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora