39. It's my turn

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-Delphine! O que você tá fazendo aqui? E ainda mais andando por aí sozinha a essa hora. Já é mais de meia-noite.

-Eu preciso conversar com você. É um pouco sério.

-O que aconteceu? Cadê a Cosima? Você não foi buscar ela?

-Fui, mãe. Ela chegou bem, já tá em casa.

Anne mandou a filha entrar e elas foram até a cozinha, ela encheu dois copos com água depois de perceber Delphine um pouco trêmula e sinalizou pra ela sentar ao seu lado na mesa da cozinha.

-Okay. E por que você tá aqui e não com ela? Vocês brigaram? -a mãe perguntou e sua voz saía sonolenta devido ao cansaço.

-Você tá acordada mesmo? Você tem que tá pronta pra ouvir o que eu tenho pra te contar.

-Você acabou de me acordar, minha mente ainda tá meio lenta, mas acho que tô ouvindo. E você tá me deixando preocupada, então fala logo. -Anne disse dando um gole na água.

-Então, eu não sei como você não percebeu ainda, mas... eu e a Maya já tivemos uns lances no passado.

-Lances? O que você quer dizer com isso? Que tipo de lance?

-A gente ficava algumas vezes e...

-Você não vai me dizer que ela é apaixonada por você, né? -Anne interrompeu com uma pergunta.

-Não sei se apaixonada é a palavra certa, tá mais pra obcecada. -a filha confessou.

-Merde, Delphine! Puta que pariu! Por que você não me contou isso antes?

-Ai, mãe. Eu não tinha jeito pra te falar isso. Mas, também não é possível que você nunca tenha percebido nada de estranho.

-Claro que eu percebi. Mas, desde que você colocou os pés pela primeira vez na Universidade que você me dizia que odiava todo mundo de lá. No primeiro dia que eu conheci a Maya pessoalmente e você veio me dizer que já conhecia ela, foi a primeira coisa que eu te perguntei, se você odiava ela ou algo do tipo e você não me disse nada. Eu achei de verdade que você só não gostasse dela, do mesmo jeito que você não gostava de ninguém. E como ela é a sobrinha do Vincent que ele criou e considera igual uma filha, eu tentava fazer vocês se aproximarem pra se entenderem, como família. Mas, conhecendo a filha que eu tenho, eu sabia que isso não daria muito certo e comecei a aproximar ela da Cosima. Meu Deus, que vergonha você me fez passar, eu convenci a Maya a tentar entrar no Instituto, eu achava que ela e Cosima se dariam bem e agora eu tô morrendo de vergonha, minha nora deve me odiar por isso. Você tinha que ter me contado isso antes, Delphine.

-Não se preocupa com isso, Cosima sabe de todos os detalhes e ela sabe que eu nunca contei isso a você. Ela não tem raiva de você, muito pelo contrário, Cosima te adora.

-Mesmo assim, Delphine. O Instituto é enorme, eu poderia ter ajudado a Maya a entrar na equipe de outro cientista, e não na minha. Você dificultou o dia a dia das duas por não conseguir chegar pra mim e dizer que já namorou a Maya.

-Eu sei que eu errei, mãe. Mas, só pra deixar bem claro, eu nunca namorei com a Maya, nunca gostei dela dessa forma e nem nada parecido.

-E esse "lance" de vocês foi o quê? Só sexo?

-É né... -Delphine confirmou sem olhar muito pra mãe.

-Então você transou com a garota sabendo que ela gostava de você e sabendo que jamais poderia retribuir como ela queria?

-Sim, mãe. Eu já disse que errei.

-Não, Delphine. Eu não sei se você tem noção da gravidade do que você fez. Você era solteira e poderia ter ficado com qualquer outra pessoa do mundo, se era só sexo que você queria, mais fácil ainda, mas você iludir alguém dessa forma dando uma coisa por algumas horas sabendo que ela queria ter pra o resto da vida. Isso é crueldade e eu nunca esperei nada parecido vindo de você.

Reação Química (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora