76. Let me go

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-PoV Delphine-

Apesar de levar um susto vendo a aliança de Cosima no centro da sala e Maya olhando pra mim sem saber o que dizer, no fundo eu já sabia que aquilo poderia acontecer.

Na hora do meu descanso no hospital, peguei meu celular e as mensagens da Sarah eram cada uma mais desesperadas do que as outras, me avisando que Cosima havia ouvido nossa conversa. Se ela chegou naquela casa e se deparou com a Maya lá dentro, eu não poderia esperar que fosse diferente. Mas ainda assim, doeu, e doeu muito. As lágrimas que escorriam pelo meu rosto pareciam queimar e a cada segundo que se passava, ficava cada vez mais difícil respirar.

Eu consegui chegar na situação que eu mais temia e ainda correndo o risco de levar a culpa por algo que eu não fiz. Segurei a aliança na ponta dos dedos para olhá-la melhor e depois juntei a minha, passando a usar as duas no mesmo dedo.

Maya permanecia ao meu lado, mas não falava nada, se eu ainda a conheço bem, ela estava se sentindo extremamente culpada por aquilo.

-O que você vai fazer agora? -ela me perguntou não aguentando mais aquele silêncio.

-O que mais eu poderia fazer? Eu vou salvar o meu noivado.

-Você vai contar tudo pra Cosima?

-Eu já deveria ter contado, Maya. Desde o início. Eu só queria proteger a Cos de tudo isso e terminei me afastando dela, eu tenho que parar de tratá-la como se ela fosse frágil, porque ela não é. Pensar assim é puro egoísmo meu, porque eu faço isso pra me sentir bem, pra ter certeza que ela tá segura, mas ela sabe se cuidar sozinha e eu venho errando com ela infinitas vezes quando o assunto é isso.

-Hmm, então quer dizer que eu não sou a única possessiva dessa sala? -Maya perguntou tentando descontrair um pouco e eu ri involuntariamente.

-Talvez... -disse dando uma piscadinha.

-Sei. E por que você não liga logo pra ela e acaba com isso? -Maya dizia como se aquilo fosse a coisa mais simples do mundo.

-Eu vou ligar. Mas, eu sei que Cosima não vai me atender, então de qualquer forma na sexta eu volto pra Lyon e ela não vai ter outra opção além de conversar comigo.

Maya concordou levantando um pouco as sobrancelhas e apertou os lábios num sorriso de conformidade que me fez lembrar que mais uma vez eu a deixaria sozinha. Era muito arriscado Mitchell tentar vir a Paris no meio da investigação, então ela precisaria continuar se esforçando.

-Você vai ficar bem? -perguntei. -Eu não sei quando volto pra cá.

-Eu vou, não se preocupe. Mas posso te pedir só uma coisa?

-Claro. -respondi.

-Se vocês forem contar tudo pra polícia. Você me avisa antes?

-Eu não vou entregar você pra polícia, Maya. Nem vou dizer onde a Rachel tá.

-Mas talvez Cosima faça isso. E você não vai conseguir parar ela. Então me avisa antes, ok?

-Eu te mantenho informada. Mas isso não vai ser preciso, você vai ver...

-Okay, okay. -Maya disse tentando não insistir no assunto, mas eu tinha certeza que ela não acreditava muito naquilo. -Mas e você, Delphine? E se te prenderem?

-Não vão. Eu tenho um advogado muito bom. Não precisa se preocupar comigo. Vamos só torcer pra Rachel conseguir alguma coisa o mais rápido possível e aí tudo isso vai acabar de uma vez.

-Eu tô torcendo por isso o tempo todo. -Maya confirmou tocando meu ombro e eu lhe retribuí com um sorriso sincero, mas totalmente cansado.

(...)

Reação Química (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora