99. Special Bonus 4

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-PoV Delphine-

Em meio aquele caos eu pensei que os meus enjoos poderiam não estar ligados diretamente ao cansaço, já que eu estou sempre trabalhando sob pressão e nunca me senti enjoada como nos últimos dias.

Já fazia algum tempo que eu vinha fazendo o tratamento pra gestação compartilhada, mas nenhum resultado havia sido positivo. Quando cheguei em casa depois daquela loucura que foi o meu dia, senti meu estômago revirar e corri pra o banheiro vomitar a única coisa que eu havia comido, uma maçã.

Na mesma hora procurei um teste de farmácia que eu sempre tinha na bolsa e o resultado apareceu em um pouco mais de um minuto.

Positivo.

Minhas mãos tocaram meu ventre sem acreditar e eu precisei repetir pra mim mesma várias vezes que eu estava grávida.

Contar pra Cosima foi a melhor parte, ver a ficha dela caindo de que teríamos mais um filho foi engraçado.

Em trinta segundos ela se preocupou com o parto, com o nome do bebê, com as fraldas, com o quarto e até com a chupeta ideal.

Apesar de seu leve surto, era bom saber que ela estava tão envolvida naquilo quanto eu.

Contamos às crianças na mesma noite e eles ficaram surpresos com a notícia e queriam entender de toda forma como um bebê estava dentro de mim sem eles perceberem. Os dois tocaram várias vezes minha barriga e eu já conseguia imaginar a carinha deles quando ela realmente começasse a crescer.

As apostas sobre ser menino ou menina iniciaram, e Cosima resolveu ligar pra minha mãe pra contar a novidade e fazer o desempate. Estava 2x2 e ela chutou com convicção que seria uma menina.

Minha mãe acompanhava meu tratamento praticamente de perto, mesmo estando na França, então não foi tanta surpresa assim, ela já esperava a chegada desse novo neto e ter a confirmação foi só a cereja do bolo.

-Foi por isso que você tava também tava chorando no banho, não foi? -Cosima perguntou depois que deitamos na nossa cama e ela se aninhou ao meu corpo.

Senti sua mão acariciando minha barriga e nossos olhos se encontraram.

-Um pouco. -fui sincera.

-Aquele homem não vai sair ileso disso, você vai ver. Você não fez nada fora da lei. E logo depois que isso acabar vamos nos preparar pra receber essa criança.

-Eu não posso ter o nosso bebê na cadeia, Cosima. Por isso eu fiquei pensando se essa guerra vale a pena. Talvez eu tenha sido mesmo orgulhosa...

-Delphine!! Não. Você enfrentou um homem que tentou te intimidar dentro do seu próprio trabalho. Você não fez nada errado.

-Eu sei, Cos. Eu tenho plena consciência disso.

-E porque você tá falando essa besteira sobre ter sido orgulhosa se você sabe que não foi?

-E se a justiça não funcionar? E se eu tiver que ter esse bebê dentro da cadeia? Eu não vou conseguir, eu não quero fazer isso sem você. Talvez tentar um acordo seja a minha melhor opção nessas condições.

-Escuta, amor. Eu vou te apoiar em qualquer decisão, okay? Mas sinceramente? Eu não acho que a gente precise se preocupar com isso. O Hank é um excelente advogado e a Beth tá atenta a tudo lá dentro pra gente não ser pega de surpresa. Isso é só o medo falando...

-Você tem razão. Eu não posso pensar dessa forma. Nem faz sentido eu ser presa por isso, faz?

-Claro que não, amor. Ele quem merecia ser preso por ter te machucado. -ela disse tocando levemente meus pulsos e depois deixou um beijo na minha testa.

Reação Química (Cophine)Onde histórias criam vida. Descubra agora