Prólogo

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Ouvi o bater de suas asas atrás de mim. Reconheci a assinatura de sua energia celestial. Eu o reconheceria de qualquer forma e em qualquer lugar, afinal, Castiel já esteve dentro de mim, um dia.

Mas eu estava furiosa demais para me importar com a presença dele. No que me dizia respeito, se me matasse, estaria me fazendo um favor.

– Eu sinto muito pelo que aconteceu com Dean.

Inacreditável. Respirei fundo, ignorando minha vontade de brigar com ele.

– Você sabia?

– Eu fui informado.

– Onde é que tá o desgraçado do meu patrono?

– Por favor, tenha mais respeito. Gabriel ainda é um arcanjo.

– Respeito? – me virei na cama para encará-lo. – Eu fiz tudo, tudo que me foi ordenado. Eu fui mutilada, torturada, assassinada em nome da minha fé em vocês, e quando eu mais precisei, quando o Dean mais precisou, nenhum de vocês estava lá!

– Nós temos outras batalhas, Bella.

– Gabriel disse que estavam muito ocupados procurando pela Lilith, mas eu rezei milhares de vezes dizendo onde ela estava e pedindo ajuda e ninguém veio! Ninguém! Então quem deve respeito aqui são vocês! – me levantei da cama, me aproximando para confrontá-lo. – Tenha a decência de olhar nos meus olhos e ser honesto comigo, Castiel! Pelo menos você!

– Você está muito mal criada hoje, Isabella.

Gabriel, bem às minhas costas, tinha a audácia de bancar o engraçadinho.

– Você me deve respostas.

– Ponha uma coisa na sua cabeça – ele se aproximou, me encarando de perto. – Eu não te devo nada. Sabe por quê? Porque eu ressuscitei você. E se bem me lembro, você jurou nos servir. O fato de Dean estar morto e Sam ter te abandonado não significa que você está livre de nenhuma forma. Você é uma Santa Guerreira, a sua servitude não tem prazo de validade. Ela acaba quando Deus decidir que acabou.

– Por quê não apareceram?

Gabriel suspirou, desviando o olhar.

– Nós temos chefe, como todo mundo. Nós obedecemos ordens. Sabe o que acontece se um de nós desobedece? Nós somos executados. Nem sempre podemos fazer o que bem entendemos, não quando se trata de uma coisa que afeta todo mundo, então preste atenção, querida: se você quer vencer essa guerra, precisa aprender a perder algumas batalhas e precisa aprender a obedecer tanto quanto precisa aprender a liderar. A guerra ainda não acabou, ela mal começou.

– O que mais querem de mim?! – perguntei furiosa.

– Nós temos trabalho pra você. Sua santidade está mais forte, mas ainda não o suficiente. Precisa de treinamento, precisa ser a melhor Santa Guerreira que esse mundo já teve se espera vencer essa guerra, está entendendo? Eu fui claro?

– Sim – respondi a contragosto.

– Ótimo. Faça suas malas. Você e Castiel têm muito trabalho a fazer.

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