Capítulo 4

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Depois de salgar e queimar os restos mortais daquele corpo e o enterrar, estava suada e cansada de tanto cavar. Lavei as mãos e bebi o que restava de água gelada em minha garrafa térmica e coloquei meu vestido de volta, minha ''batina''.

Liguei o carro, pronta para ir embora e voltar para casa. Precisava de um bom banho. A rádio do carro ligou sozinha de repente.

– Vá para Pontiac, Illinois – ouvi a voz de Castiel pelo rádio.

– Por que?

– Vá.

Senti meu coração acelerar tanto que podia ouvi-lo. Conforme ele mandou, rumei para Pontiac, que não era tão longe de Springfield, no mesmo estado.

O sol estava forte, era por volta de meio-dia quando cheguei lá. Um calor terrível, já que entraríamos oficialmente no verão no dia seguinte. De jeito nenhum eu conseguiria ficar com a minha ''batina'' num calor daqueles, então me troquei no carro, ficando apenas com o short jeans que eu usava por baixo do vestido e uma regata preta do Metallica que eu havia trazido por precaução.

E lá eu esperei lá, dentro do carro, cozinhando naquele calor inadequado para um bronzeado, sem saber o que fazer. Em uma encruzilhada mais à frente, havia um posto de gasolina e uma loja de conveniência. Eu precisava de água, e precisava ir ao banheiro, então decidi dirigir até lá, aproveitando para encher o tanque do Chevelle.

Quando entrei para pagar, e aproveitar para comprar bastante água e algumas barrinhas de cereal, não vi ninguém, o que era estranho, considerando que a porta tava aberta. Chamei por algum responsável pelo local algumas vezes, mas ninguém respondeu. Não havia ninguém nos fundos, nem onde o estoque dos itens ficava.

Ué?

Peguei seis garrafinhas de água e dez barras de cereal para comer enquanto esperava Castiel voltar e me dizer o que estava acontecendo. Fui ao banheiro e aproveitei para molhar meu rosto um pouco para afugentar o calor.

Minhas olheiras estavam escuras e minhas clavículas aparentes.

– Se cuidou bastante, hein, Bella? – indaguei a mim mesma, decepcionada. – Um verdadeiro exemplo a ser seguido – suspirei, saindo do banheiro.

Sem saber a quem pagar, deixei alguns dólares sobre o balcão, para o caso de os donos aparecerem.

Quando eu saí da loja de conveniência, avistei, de longe, um monte de árvores subitamente caindo mais à frente. Os pelos da minha nuca se arrepiaram. Castiel não fazia aquelas coisas. Castiel não emanava aquele tipo de energia. Engoli a seco, entrando no Chevelle e acelerando até as árvores.

Corri para o meio da clareira, assustada quando percebi que todas as árvores ao redor do túmulo de Dean haviam caído, e a grama ao redor havia secado e morrido.

– Que diabos?

Me aproximei mais, me preparando para lutar com o que fosse que aparecesse na minha frente, mas então ouvi...

Um pedido de socorro.

Eu estava ouvindo coisas?

Eu não consegui pensar. Apenas me ajoelhei e comecei a cavar a terra com as minhas próprias mãos. Seria possível...? Ele tinha mesmo...?

Uma mão se ergueu e eu quase senti minha alma saindo do corpo com o susto que tomei. Segurei sua mão com firmeza e comecei a puxá-lo, e logo a outra apareceu. O segurei firmemente e o ajudei a sair.

Caí sentada na grama e ele de bruços, atordoado, gemendo, provavelmente com dores. Me ajoelhei, o ajudando a se virar, verificando se estava inteiro, o que, para a minha surpresa, era o caso.

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