Capítulo 37

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Gabriel, com um estalar de dedos, pôs a igreja no lugar, como estava antes. Os outros anjos se encararam, tanto os de nossa guarnição, quanto os da guarnição inimiga.

– Gente, qual é? – o arcanjo os olhou. – Não vale a pena morrer por aqueles idiotas. Se Miguel realmente se importasse, não ia esperar pela casca certa pra liderar vocês, ele já teria dado um jeito de descer aqui. Eu amo meus irmãos, mas eu conheço eles melhor que vocês, e eu sei que Miguel é muito orgulhoso, assim como Lúcifer. Nós temos que proteger a humanidade, temos que cuidar desse planeta, em vez de perder tempo matando uns aos outros.

– Mas se a gente desertar... – um dos anjos chamou a nossa atenção. – Não estaremos desobedecendo?

– Desobedecendo Miguel? É, sim.

– E isso não vai nos dar uma sentença de morte?

– Só se vocês se deixarem ser pegos. No que depender de Deus, vocês estão seguros, Ele não vai querer as cabeças de vocês por isso.

A guarnição de Zacarias trocou olhares entre eles, claramente tentados à mudar de lado. Talvez os coitados só estivessem de saco cheio do chefe deles.

– Antes de tomarem uma decisão, só vou dar um aviso – Gabriel falou. – Se vierem com a gente, é pra valer. Se em algum momento cogitarem mudar de lado, não é com Deus que vão ter que se preocupar, é comigo. Escolham o lado de vocês com convicção, com certeza do que querem, porque não vai ter volta. É o Apocalipse, gente, não é uma voltinha no parque. Então, o que vai ser: nós ou eles?

– Que jeitinho de falar, hein? – Sam o encarou.

– Só dizendo a verdade, porque se eles vierem conosco e nos traírem, ou eu vou encontrá-los e matá-los, ou Zacarias vai, isso eu garanto.

Um dos anjos que tinha saído com Anna voltou, se aproximando de Gabriel.

– A criança está segura, senhor.

– Ótimo. Acompanhe os Winchesters, por favor. Vão – ele me encarou. – Antes que aquele palhaço volte e tente levar o Dean.

Eu assenti, me afastando um pouco de Dean, segurando sua mão, e olhando para Castiel, que segurou Sam, e todos nós nos teleportamos dali com aquele anjo para o tal lugar seguro.

E qual não foi minha surpresa ao perceber que estávamos no ferro-velho do Bobby.

– Por favor, me diz que a casa dele tá à prova de anjo – olhei para o desconhecido.

– Está, sim, senhora. Nós o instruímos a colocar sigilos em todas as portas e janelas, incluindo o quarto do pânico. Todas as coisas que vão precisar estão em seus quartos.

– Ótimo. Obrigada. Qual é o seu nome?

– Daniel, senhora.

– Não precisa me chamar de senhora – sorri sem jeito. – Obrigada pela ajuda. Por favor, fique com Gabriel. Talvez ele precise de vocês.

Daniel assentiu e então desapareceu no meio da noite.

– Uma montanha-russa, hein? – Dean arqueou as sobrancelhas pra mim.

– É, nem me fale.

– Mataram Zacarias? – Anna apareceu.

– Não, foi por pouco – suspirei.

– Pena – ela cruzou os braços. – Realmente achei que nos livraríamos dele dessa vez.

– Bem, eu tentei. Cadê a Charlie?

– Nos braços do Bobby – ela sorriu. – Não posso mais entrar, lembra?

– Desculpe por isso.

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