Capítulo 44

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– O que vai fazer agora? – Crowley a encarou. – Como pretende matar Deus?

– Só preciso deixar Ele me pegar, mas eu preciso que Ele esteja sozinho. Se tiver algum anjo com ele, a coisa vai desandar.

– Posso criar uma distração... – Crowley fez um biquinho.

– Que tipo de distração? – Dean cruzou os braços.

– Posso colocar alguns dos meus demônios atrás dos anjos, uma caçada bem divertida munida de balas feitas a partir de espadas angelicais.

– E vocês têm que ir pra casa – ela nos encarou. – Deem uma olhada em Castiel. Ele provavelmente já deve ter acordado. Voltem pra casa e descansem.

– Mas a gente não ia atrás de Peste? – Sam indagou.

– E vão, mas não agora. Vocês não têm respeito nenhum pelo próprio sono. Sinceramente, olha!

– Tá, mas... – Dean pigarreou. – Você não veio aqui só pra se queixar e pegar isso com o Crowley. Poderia ter feito isso em outro lugar. Veio aqui por um motivo – ele nos surpreendeu. – Qual é?

Ela riu, mais de nervoso do que por graça, ao que parecia, e tragou seu cigarro longamente antes de expirá-lo.

– Essa é uma das coisas que eu mais amo em você, Dean – ela o fitou, no que Dean desviou o olhar, embaraçado. – Você não pode ser feito de trouxa. Nem mesmo por mim. É bom saber que isso não se alterou em você nesse mundo.

– Do que tá falando?

– Sentem – indicou, no que percebemos que atrás da gente haviam cadeiras que não estavam ali antes.

Sem saber o que esperar, fizemos o que ela mandou. Crowley logo se levantou, guardando a foice de volta em seu paletó.

– Bem, vou me retirar. Me avise quando terminar de falar com eles.

– Põe a bunda de volta na cadeira, Fergus – ela ordenou, ainda que sem encará-lo, bebendo mais um pouco do uísque com refrigerante. – Isso é sobre você, também.

– Fergus? – Sam arqueou uma sobrancelha.

Crowley revirou os olhos, se sentando novamente.

Ela parecia desconfortável, como se não estivesse ali para fazer algo que queria. Tão logo o primeiro cigarro acabou, ela acendeu outro, nos encarando.

– O que eu vou dizer pra vocês agora é um negócio que eu não... – mordeu o lábio por um momento. – Eu não tava a fim de dizer, não, sendo bem sincera. Mas eu prefiro mil vezes que vocês saibam disso por mim, que ouçam da minha boca, do que ter Deus falando isso pra vocês e jogando vocês contra mim.

– Corte logo o suspense, meu bem – Crowley suspirou.

– Eu não sou Deus, o que tá bem óbvio. Também não sou uma deusa, nem nada assim. Eu sou só uma humana – deu de ombros.

– Isso não faz sentido nenhum – Dean pestanejou.

– Mas é a verdade. Eu não criei vocês, nem esse mundo. A verdade é que a Bella é de um mundo totalmente diferente do de vocês. Você tirava sarro do mundo dela o tempo todo – ela encarou Dean.

– Eu?! Como?!

– No seu mundo original, a história da Bella é ficção. Uma história chamada Crepúsculo. Ela e Edward se casam, até mesmo têm uma filha híbrida lá, e nem me perguntem como, porque até hoje eu não entendi isso – ela nos cortou antes que pudéssemos fazer nossas perguntas. – O negócio é que, tipo, eu juntei os mundos de vocês. Não era pra vocês três serem uma família. Eu interferi em muita, muita coisa, e obviamente Deus quer me matar por isso.

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