Winds of Fortune

Capítulo 60

Eu mal consegui dormir naquela noite.

Nem sabia o que fazer primeiro: se ajudava Dean a preparar o almoço de natal ou se comprava presentes para todo mundo. No fim, enquanto Dean, Sam e Cass se ocupavam em preparar os pratos e ficar de olho em Charlie, Gabriel me levou para as compras. E não para compras em Lawrence, não.

Gabriel me levou às compras em vários países diferentes, porque eu não fazia ideia do que comprar para os Cullens. Era difícil pensar em um presente pra quem já tinha tudo. Gabriel fez questão de comprar joias, canetas exóticas e relógios para eles e me convenceu de que os que ele havia conseguido os deixariam de queixo caído.

Eu suspeitava que elas fosse ilícitas de alguma forma, mas estava me divertindo demais para me importar, especialmente com a beleza da pulseira que havia escolhido para Alice.

Para Charlie, eu sabia exatamente o que ele iria gostar. Insisti a Gabriel naquela compra, apesar de que ela queria que eu gastasse o dinheiro dele de forma extravagante. Eu conhecia o meu pai, sabia dos gostos dele.

No que dizia respeito aos presentes de John e Mary, Gabriel se ofereceu para levar Sam e Dean às compras, no que eu fiquei em casa com Cass e Charlie. Ela estava doida para brincar com as caixas ao pé da árvore de natal, e no fim, tiramos elas do chão antes que ela jogasse alguma na direção da lareira. Mesmo que estivesse com uma proteção ali, eu não confiava muito. Charlie não parava quieta, igual ao pai.

Ouvimos a campainha tocar, no que Castiel se levantou para atender a porta e eu me levantei com Charlie no colo. Assim que ele abriu a porta, reconheci a voz de Alice de longe, que parecia confusa com a presença de Castiel.

– Ammm... A Bella está?

– Na sala de estar.

Ouvi as vozes de Carlisle e Esme se apresentando e cumprimentando Cass, bem como Rose e Emmett. Assim que Alice e Jasper entraram em meu campo de visão, eu vi a baixinha aos pulinhos na minha direção, olhando maravilhada para Charlie e então me abraçando. Logo Carlisle e Esme também vieram. Emmett me deu um abraço de urso parcial para não apertar Charlie e Rosalie logo começou a paparicá-la.

Edward foi o último, que se aproximou timidamente. No fim, eu o chamei para um abraço, um desajeitado e muito tímido da parte dele. O passado estava distante agora, e não importava mais. Nós dois não éramos mais os mesmos que haviam se conhecido em Forks.

Apresentei Castiel como meu namorado, no que Alice ficou confusa.

– Mas você e Dean...?

– Estamos juntos. Nós três.

– Uau! – Emmett começou a rir. – Por essa eu não esperava!

– Voltamos! – ouvi Gabriel aparecer na cozinha com Sam e Dean, que seguravam as sacolas com os presentes dos pais.

– Alice! – Dean se animou, deixando sua sacola em cima da mesa antes de se aproximar dela e lhe dar um abraço que a tirou do chão por um momento. – Olha só pra você! Ficou mais baixinha? – ele brincou, no que ela lhe deu um soquinho no braço. – Oi, Jasper – ele o cumprimentou com um aperto de mão, e logo seguiu para os demais.

Logo Sam os apresentou a Gabriel, e eles ficaram chocados em saber que ele realmente era um arcanjo, mais ainda de saber que ele era meu patrono e eu realmente era uma santa. Edward estava de queixo caído.

Havia tanta coisa para conversarmos a respeito!

Nos sentamos à mesa, Dean logo oferecendo alguns dos aperitivos que ele mesmo havia feito. Charlie, inicialmente desconfiada com os estranhos, lentamente começou a ser mais receptiva com eles, especialmente quando Emmett fazia várias caretas para ela, que morria de rir. Não demorou muito para que ela fosse conquistada enquanto pulava no colo do tio.

Quando a campainha tocou de novo, nós três nos entreolhamos em expectativa. Pedimos licença aos Cullens e nós três nos levantamos, Castiel ficando com Charlie.

Dean respirou fundo antes de abrir a porta, e ficou pálido quando o fez.

À nossa porta estavam John, Mary e Charlie atrás deles. Dean logo lhes deu passagem, no que os Winchester, sem nada dizer, se aproximaram de seus filhos e os abraçaram. Eu não me meti, pois chamei Charlie, fechando a porta atrás de nós, e o abraçando como nunca tinha feito.

Havia tanta coisa que eu queria dizer a ele e nem sabia por onde começar!

– Olhe só pra você – ele se afastou, afagando meu rosto. – Você mudou tanto, Bells! Está até corada!

– É, eu... Meio que tinha que sair da minha toca – ri sem graça. – Juro que peguei muita vitamina D do sol – brinquei, no que ele riu.

Dean pigarreou, chamando a nossa atenção.

– Pai, mãe, essa é a Bella, minha esposa.

Eu sorri, meio sem jeito, cumprimentando os Winchesters.

– Eu me lembro de você – disse John, apertando minha mão.

É, eu também me lembro de você, eu li o seu diário.

– Agente Plant – Charlie, com um sorriso maroto, chamou a atenção de Dean, que fez uma careta desconcertada.

– Se serve de consolo, nós não fazemos mais isso – ele se explicou enquanto apertava a mão de Charlie, Sam em seguida.

– É bom saber.

– Tudo bem aqui? – Castiel perguntou, se aproximando com Charlie nos braços.

Ela logo começou a esticar os bracinhos para Dean, que a pegou no colo.

– Pai, mãe, esse é o Castiel – Dean o apresentou.

– Nosso namorado – completei.

Charlie, John e Mary pestanejaram algumas vezes, atônitos.

– É uma honra conhecê-los – Cass sorriu.

– Vocês três? – Charlie nos olhou.

– Sim – confirmei.

– Uau – desviou o olhar.

– E essa é a pequena Charlie – Dean os apresentou a neta, que estava tentando morder um dos biscoitos que Dean havia assado antes.

Charlie já havia ganhado os corações dos avós com a primeira risada que deu a eles, obviamente. Passado o momento de grande comoção, os levamos à mesa, onde Charlie se surpreendeu ao ver todos os Cullens reunidos. Contar a ele que eles eram vampiros antes e que agora estavam de volta completamente humanos foi uma aventura em tanto. Os Winchesters estavam de queixo caído sabendo que Gabriel era o arcanjo em pessoa, e que ele e Sam estavam em um relacionamento sério.

Muitas surpresas para um único almoço, e mais ainda quando Bobby, Ellen e Jo chegaram. Quase matamos Bobby do coração com aquilo.

Dean estava muito orgulhoso do almoço que havia preparado com a ajuda de Sam e Cass, e seus dotes culinários foram altamente elogiados por todos.

Trocamos presentes, compartilhamos histórias, comemos até nos fartar. Charlie dormiu em meus braços, abraçada ao irmão.

Aquela visão, da nossa família e dos nossos amigos, todos vivos e bem, reunidos no natal, me fez perceber que eu finalmente tinha tudo.

Tínhamos uma vida toda pela frente, e muitos planos para concretizar, e eu mal podia esperar para realizar cada um deles.