Capítulo 46

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Apesar da ansiedade de voltar para casa e ver meus bebês, eu estava começando a me preocupar com os possíveis desfechos que aquele confronto direto com Deus poderia ter para a estranha. Era horrível contar com a sorte e depender de alguém inconstante, mas pior seria se não tivéssemos ajuda nenhuma.

– Acham que ela tá bem? – perguntei enquanto começava a roer as unhas.

– Duvido muito – Dean suspirou. – Talvez ela tenha sido desintegrada...

– Aquela versão dela, talvez – disse Crowley. – Ela pode se copiar, lembra?

– Conveniente – Dean riu.

– Mas eu suspeito que cada vez que ela faz isso ela se desgasta mais um pouco. Enquanto Deus estiver respirando, ela não terá omnipotência. Espero que ela tenha feito um bom uso da foice.

– Então, como pegamos Peste? – Sam perguntou.

– Prioridades primeiro, Alce. A patroa é mandona e eu não quero irritá-la. Vocês vão pra casa e descansam e depois nós vamos atrás do contato. Se compararmos essa realidade de vocês à realidade original, vocês estão indo muito depressa e estão com muito mais vantagem. Demoraram um ano, originalmente, pra finalmente enfrentar Lúcifer. Se continuarmos nesse ritmo, o confronto acontecerá dentro de quatro meses ou menos, então... Calma. Respirem um pouco – nos entreolhou. – Eu vou preparar terreno pra pegarmos o contato, e então... – deu de ombros. – A mágica acontece.

– Simples assim? – arqueei uma sobrancelha.

– Sim, simples assim. E quando tudo acabar, vamos todos viver as nossas vidas como era antes, em perfeito caos – sorriu satisfeito.

Um celular começou a tocar, no que nos entreolhamos. Obviamente, não era um dos nossos, a julgar pelo toque de chamada. Crowley tirou o celular do bolso, franzindo o cenho ao atender.

– Sim?

Um longo período de silêncio se seguiu, e as expressões dele oscilavam entre irritação e preocupação. Assim que a chamada se encerrou, ele ficou encarando o celular em silêncio por algum tempo.

– E aí? – Sam não resistiu e perguntou.

– Um passarinho me contou que Lúcifer está com as mãos ocupadas agora – ele fez uma careta. – Algum tipo de ritual numa fazenda.

– Isso não pode ser bom – massageei minha testa.

– Pode apostar que não. Até onde sei, segundos os rumores que o vento trás, só tem um Cavaleiro que não deu as caras ainda.

Sam e eu nos olhamos, pensando a respeito, e então concluímos juntos:

– Morte.

– Bingo – disse Crowley.

– Então é um ritual pra trazer o Cavaleiro à Terra? – perguntei.

– Muito provavelmente.

– Ela tá com a foice dele – Sam o encarou.

– Sim. Tsc – Crowley parecia menos confiante naquele momento. – Suponho que a senhora minha futura rainha precise usar a foice o quanto antes, porque o dono vai querer de volta e não imagino que vai fazer cerimônia pra pegar o que é dele. Ai de nós!

– Só tem uma coisa que eu não entendo... – Dean chamou nossa atenção, no que nós o olhamos. – Deus sabe de tudo que tá rolando e não tá interferindo no Apocalipse – franziu o cenho. – Se Ele tá na Terra, por que não derrota Lúcifer? Ele podia fazer isso num piscar de olhos, tipo... Ele é Deus!

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