Capítulo 14

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Nossa próxima parada era a igreja onde o pai de Anna era diácono. Os vitrais combinavam com os desenhos dela.

Trocamos de roupa rapidamente antes de irmos até lá, Sam e Dean indo na frente, armados, e eu atrás, atenta à possível presença de demônios na nossa cola.

Subimos a um andar da igreja que servia de depósito, entregue às traças e à poeira. Atrás de um vitral de santo, avistei alguém. Pedi aos dois que guardassem suas armas.

– Anna? Anna Milton? – me aproximei um pouco, esperando que ela respondesse. – Não tenha medo, não estamos aqui pra machucá-la. Meu nome é Bella, e este é Dean, meu marido, e Sam, meu cunhado.

– Winchester? – ouvimos sua voz tímida.

– Isso – respondemos juntos.

– Santa Isabella Winchester?

– É – confirmei, trocando um olhar confuso com eles.

Ouvimos passos e logo Anna saiu de onde estava escondida.

– Você é o Dean? – olhou para ele. – O Dean?

– É, eu sou – franziu o cenho.

– Ai, meu Deus. Os anjos falam de você – ela começou a se aproximar de nós. – Que foi pro Inferno, mas Castiel tirou você. Alguns acham que você pode nos salvar. E alguns não gostam de você – ela disse a Sam, que logo ficou desconcertado.

Nem imagina o motivo, não é, seu sonso? – pensei enquanto o encarava.

– E você – ela se aproximou de mim. – É a primeira Santa Guerreira em séculos – sorriu pra mim. – Matou um cão do inferno com as próprias mãos e têm lutado ao lado de Castiel. Conseguiu o milagre de converter e salvar um demônio, permitindo que sua alma fosse levada pela própria Virgem Maria.

Eu apenas assenti, mordendo o lábio, no que Sam e Dean me olharam assustados.

– Os anjos a amam muito – ela segurou minhas mãos. – Admiram sua bravura, mas temem a sua desobediência por amar demais a sua família.

– Oh... – desviei o olhar, sem saber o que dizer.

– Até parece que eu os conheço – ela sorriu sem graça.

– Você fala com os anjos? – Dean perguntou.

– Ah, não, não mesmo, eles nem devem saber que eu existo. Eu só escuto as conversas. Eles falam e às vezes eu escuto na minha mente.

– Tipo agora?

– Não, não nesse momento, mas em outros. Não posso evitar, são tantos!

– Então eles internaram você achando que era louca, mas na verdade você só sintonizou a rádio dos anjos?

– É isso. Obrigada – disse ela, no que Dean franziu o cenho, sem saber como reagir.

– Anna, você se lembra quando começou a ouvir os anjos? – Sam perguntou.

– Eu lembro a data exata. 31 de maio.

– O dia em que eu saí do Inferno – os dois se olharam.

– As primeiras palavras ouvi claramente. ''Dean Winchester foi salvo'' – ela sorriu.

– Pelo menos agora sabemos porque os demônios querem você – Dean a olhou. – Você é o 0800 dos anjos. Se os demônios te pegam, vão saber o que o outro lado tá planejando.

– Precisamos tirar ela daqui – disse a ele. – Precisamos levá-la pro Bobby, o quarto do pânico vai ser seguro pra ela.

– Vocês tão com a garota? – ouvimos Ruby falar. – Ótimo, vamos embora daqui!

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