Capítulo 51

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Todas as coisas que nós tínhamos feito ali, com a certeza de que haveria salvação...

Todas as dores, agonias e problemas...

Eu encarava aqueles anéis com tanta raiva, tanto desgosto...!

Enquanto Sam discutia com Crowley, o acusando de saber que nós fomos feitos de besta, eu tentava decidir qual seria a melhor forma de agir dali em diante.

A contagem regressiva acabaria muito mais rápido no momento em que Sam bebesse todos aqueles litros de sangue e fosse ao encontro de Lúcifer. Segundo os presságios e alguns sinais, ele estava em Detroit.

Ruby estava aprontando alguma coisa que não sabíamos ainda, e Miguel ainda estava com Charlie.

Eu não conseguia enxergar a luz no fim do túnel. Não quando Gabriel e Castiel estavam sumidos e não davam notícias. O que seria de nós quando Sam aceitasse Lúcifer? Todas as discussões giravam em torno de não deixar que eles lutassem, e naquele momento, eu não conseguia pensar em uma maneira de evitar que aquilo acontecesse.

A área de mata em Fort Collins onde a batalha havia ocorrido ainda estava destruída, virou notícia. Em especial, a enorme cratera, que as pessoas acreditavam levar ao Inferno. Do jeito que a coisa estava, eu não duvidava que aquilo fosse possível.

Eu estava exausta de tanto rezar e ninguém vir ao nosso encontro. Mesmo as orações alheias eu havia parado de ouvir depois de um tempo, o que me deixou confusa.

– Crowley – o chamei enquanto entrava na biblioteca.

– Sim? – ele se virou para me olhar.

– Aquelas balas de matar anjo, você ainda tem?

Ele semicerrou os olhos.

– O que tem em mente?

– Tortura.

Sam arqueou as sobrancelhas, me encarando.

– Tortura? Você quer torturar? Quem?

– Miguel.

– Bella, não! Você não pode!

– Tem alguma ideia brilhante pra recuperarmos Charlie?! – me desesperei. – Precisamos pegá-la antes de você dizer sim, ou estamos ferrados!

– Eu sei disso, mas estamos falando de Miguel! Se os rumores forem verdadeiros, ele simplesmente é o arcanjo mais poderoso que existe! Se conseguíssemos pegá-lo, e isso é um grande se, como conseguiríamos tirar a verdade dele com tortura? O que poderíamos fazer pra possivelmente conseguir algo dele?

– Não sei, mas precisamos tentar alguma coisa!

– Não há necessidade.

Me virei assustada ao ouvir Castiel, e quando me virei, me senti tão aliviada que quase caí ali mesmo, sendo segurada por Sam.

Castiel estava de armadura, coisa rara de se ver, e estava ensanguentado da cabeça aos pés, segurando Charlie em seus braços.

Sam me fez sentar no sofá antes que eu desabasse, porque eu não havia percebido até então que estava chorando desesperadamente.

Cass se aproximou, entregando-a para mim. Até então, ela parecia estar dormindo, mas logo começou a se mexer inquieta e começou a chorar. Eu a enchi de beijinhos na cabeça, segurando-a firme, temendo que a qualquer momento alguém a tomasse de mim de novo.

– O que aconteceu? – Sam o olhou. – Você sumiu.

– Estávamos ocupados – ele suspirou. – Ainda há uma guerra civil celestial acontecendo, e a humanidade também precisa da nossa ajuda. Alexis... Trouxe Anna, Daniel e Ariel de volta. Nós procuramos por Charlie incansavelmente. Chegamos a cogitar que Miguel tivesse a escondido no Céu, mas ela não estava lá.

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