Capítulo 45

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Enquanto eu tentava decidir a forma como deveria proceder, sem saber ao certo como deveria reagir, Sam estava extático, tagarelando horrores com a estranha enquanto ela fumava e Crowley bebia. E Dean...

Dean obviamente se enfiou no banheiro, com a desculpa de que tomaria um banho pra esfriar a cabeça, mas eu sabia que ele estava perturbado demais com todas aquelas revelações.

– Quer dizer então que vocês não tem Deus na realidade de vocês? – Sam perguntou a ela.

– Teoricamente não. É discutível – ela deu de ombros, tragando seu cigarro.

– E no que você acredita?

– Eu acho que ele não é muito diferente do Deus daqui. Se existe, não dá nem aí pra nenhum de nós. Vocês estão enfrentando uma epidemia de gripe suína, mas a gente? A gente tá numa pandemia. Pandemia de Corona Vírus.

– Pandemia? – Sam e eu perguntamos em uníssono.

– Isso aí. Centenas de milhares de mortos e o número não para de aumentar. Há quem acredite que seja o fim do mundo, mas não tô apostando muito nesse paralelo entre os nossos mundos, não, então relaxa. No que depender de mim, o mundo de vocês não vai passar por isso porque eu não vou deixar. Enfim – suspirou, jogando o que restava do cigarro dentro do copo de bebida vazio. – Tô enrolando muito aqui, não posso ficar. Passa a foice aí – olhou para Crowley.

– É claro. Assim que fecharmos o acordo – sorriu de canto.

– Tá zoando? – ela franziu o cenho.

– Não. É uma venda como qualquer outra, querida. Como pretende me pagar, se não com a sua alma?

– Minha alma não tá aqui, criatura! Mesmo que eu faça um pacto contigo, como vai pegar minha alma em dez anos, hein?

– Eu dou um jeito – respondeu sem se desfazer do sorriso. – Mas pode imaginar como estou animado com a ideia de ter a alma de Deus no Inferno comigo...

– Eu. Não. Sou. Deus – o encarou.

– E quem vai assumir as rédeas quando você O matar? – ele cruzou os braços. – Essa função será sua, querida. Pense bem. Sem Deus, sem Lúcifer, sem Miguel... Portas abertas pra você tomar tudo pra si.

– Tá, mas tu não vai conseguir passar pro meu mundo, cabeção – ela resmungou. – Não acha que se fosse possível eu já não estaria aqui, de carne e osso? Não vou fazer um pacto contigo oferecendo minha alma em troca da foice. Pede outra coisa.

– Controle permanente do Inferno. Pra sempre. O que me diz?

Ela semicerrou os olhos.

– O que tá escondendo nas entrelinhas, Fergus?

– Não me chame assim – seu sorriso se desfez.

– Dane-se. O que tu tá escondendo? Fala logo, tô com pressa.

– Eu fico com controle absoluto do andar de baixo. Nem você vai poder interferir lá. Terra e Céu são todinhos seus, não me interessam, mas o Inferno... É meu. Eu lhe dou a foice, você mata Deus, mata os arcanjos lá na jaula, tira os dois bonitões de lá, e continua fazendo o que quiser aqui em cima, e eu fico com o Inferno. Só isso.

– Nunca é só isso – ela franziu os lábios. – Tu vai tentar me passar a perna, eu tô ligada, tá achando que eu sou besta?

– Não, mas acho que está desesperada e vai fazer o que precisar ser feito pra dar aos seus meninos o final feliz que você planejou. Ou estou errado? Você prefere que um dos três patetas aqui venda a alma no seu lugar?

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