Capítulo 5

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Dean estava dormindo quando eu saí do banho. A noite já estava caindo, e ele estava dormindo completamente nu na cama. Eu havia trazido o que ele queria comer, além de uma escova de dentes, e suas roupas estavam lavadas.

Será que eu tinha direito a pelo menos cinco minutos de paz ao lado dele?

Não me preocupei em me vestir. Apenas me enfiei em baixo do lençol, com ele, deitando de lado enquanto o via dormir, deslizando meus dedos em seu rosto sereno, imaginando com o que estaria sonhando.

Depois de algum tempo, ele abriu os olhos, franzindo o cenho.

– Tá chorando?

– Desculpa – engoli a seco. – Eu só tô feliz de você estar aqui comigo de novo.

– Eu também tô feliz – ele sorriu. – Eu pensei... Pensei que nunca mais te veria.

– Por favor, por favor, nunca mais faça isso comigo.

– Não vou – afagou meu rosto. – Prometo. Essa é a minha segunda chance. Você é a minha segunda chance e eu não deveria ter te deixado. Eu sinto muito.

Eu assenti, tentando não chorar mais. Ele se aproximou, beijando meu rosto, e então minha boca. Aquele foi o momento em que eu percebi o quanto a ausência dele me doía. Ter visto seus olhos sem luz foi a pior coisa que aconteceu desde que meus pais tinham morrido.

Mas ele estava ali, ele estava ali em meus braços. Eu podia sentir o calor de sua pele de novo, e seu cheiro, e a maciez de seus lábios. Suas mãos me seguravam com firmeza e gentileza e para mim, aquilo era o paraíso. Aquele era o meu pedaço do paraíso, e tudo o que eu queria.

Eu decidi que nunca mais desistiria de mim mesma. Decidi que nunca mais desistiria de lutar. O fundo do poço era tão fundo que eu pensei que não tinha fim, mas percebi que havia me equivocado ao não confiar em Castiel. Parece que no fim das contas, aquilo tudo era mesmo uma questão de fé e eu quase havia posto tudo a perder.

Eu devia um agradecimento à Alec e um pedido de desculpas à Castiel.

Mas naquele momento, Dean era tudo o que me interessava.

Sua boca na minha, seus braços me segurando firmemente sobre ele enquanto eu o cavalgava. A forma como gemia meu nome e como suas mãos se apertavam em minhas costas, como se ele temesse que a qualquer momento eu escapasse dele.

Jamais.

Jamais fugiria de meu melhor amigo e amante, meu parceiro de caçadas cabeça dura e bobão que não me acompanhava em porres de café. Jamais fugiria de suas piadas ruins e sem graça, ou das suas risadas por coisas bobas.

E eu destruiria qualquer um que se pusesse entre nós novamente.

Eu não cometeria os mesmos erros. Havia aprendido minha lição. Quando todos os nossos inimigos tivessem caído, eu saberia que nós estaríamos seguros e enfim poderíamos viver uma vida sem preocupações e sem incertezas.

– Eu te amo, Dean – arfei extasiada enquanto ele me deitava na cama, avançando em mim vorazmente.

– Eu te amo, Bella – encostou sua testa à minha.

– Nunca mais me deixe.

– Nunca mais – concordou. – Eu prometo.

Me agarrei aos seus braços, cruzando minhas pernas às suas costas enquanto suas estocadas se tornavam mais rápidas, nós dois gemendo cada vez mais.

E quando ele se derramou em mim, com tanta intensidade, eu podia sentir seus braços tremerem, assim como as minhas pernas. Nós dois suados, arfando, cansados e felizes. Em paz como não estávamos há tanto tempo. Eu o deitei em meus braços, acariciando sua cabeça enquanto nos recuperávamos.

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