Capítulo 26

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Alastair me soltou da mesa, estranhamente animado. Eu estava com nada além de calcinha e sutiã, mas é claro que demônios não se incomodavam com o pudor dos outros. Eu queria me enterrar, me sentindo exposta, envergonhada, intimidada de todas as formas. Meu braço começou a se curar sozinho e os cortes se fecharam, no que ele deu um sorriso sinistro.

– Está bem mais avançada do que eu imaginava. Vai ser divertido fatiar você.

Padre Kellan estava horrorizado só de ouvir, assim como eu.

– Vamos lá, querida – ele me ofereceu a faca. – Só precisa matá-lo.

– Eu não vou matá-lo.

– Mate-o ou eu vou torturá-lo até ele implorar pra morrer.

– Não faça, minha filha! – Kellan pediu.

E um dos demônios desferiu um soco no estômago dele. Quanto tentei revidar no demônio, Alastair me puxou pelos cabelos, sua faca em meu pescoço novamente.

– Se não vai se comportar, lhe darei o incentivo necessário para fazer o que é mandada.

Ele começou a me empurrar para a frente, me forçando a andar, me tirando daquela sala, me conduzindo através de um corredor escuro que cheirava à sangue antes de parar subitamente, abrindo uma pesada porta e me empurrando para dentro da sala, absurdamente iluminada, a ponto de incomodar meus olhos.

Lá eu percebi, meu coração afundando no peito, que os Cullens estavam acorrentados à parede.

Todos. Eles.

Lâmpadas grandes, do tipo que se utilizava para iluminar estádios, estavam todas viradas para eles, os mantendo ressecados e fracos.

– Então, querida – Alastair segurou meu braço. – Achou mesmo que eu não tomaria precauções? Você deveria ter ouvido seu anjo da guarda e não entrado na funerária.

Como ele sabia daquela conversa?

– Se você não matar o padre, eu vou começar a matá-los de um por um na sua frente.

Eu não queria olhar, eu não podia olhar, mas Alastair segurou meu rosto e me obrigou a encarar o rosto de Alice, pálida, ressecando como um cadáver.

– Bella...! – ouvi Edward me chamar e engoli a seco. – Não... Mate...! Não deixe... Não deixe eles ganharem!

– Calado, insolente! – Alastair fez com que Edward sufocasse com o próprio sangue por um momento, no que Carlisle se agitou. – Sua hora de ir pro Inferno vai chegar mais cedo se não parar de falar besteira enquanto pode.

– Bella, não faça...! – Rosalie chamou minha atenção.

– Estou vendo que vocês são um bando de teimosos mal-educados – Alastair os entreolhou. – Muito bem, então.

Alastair me soltou por um momento e usou seus poderes para fazer com que Rosalie explodisse de dentro para fora, no que eu só consegui gritar, horrorizada e paralisada, assim como os demais. Emmett estava desesperado, se debatendo como louco com o que lhe restava de força, seus olhos negros vidrados em Alastair.

– Eu vou matar você! – ameaçou.

– Não, não vai – Alastair sorriu, e o explodiu de dentro para fora em seguida, espalhando mais pedaços de corpos pela sala, nos pintando ainda mais de vermelho.

Esme e Carlisle tentava desesperadamente se soltar, assim como Alice, Jasper e Edward. Tentei correr até eles, mas ele me segurou pelo pescoço, me prendendo contra a parede.

– Você vai quebrar o selo, Isabella? – ele me encarou.

– Me solta! – eu lhe batia, tocando seu rosto para que queimasse e me soltasse.

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