Capítulo 6

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Era por volta das três da manhã quando me levantei. Um banho quente, dentes escovados, cabelos penteados e bem presos e minha roupa de sempre. Estava quase pronta para mais um dia ''emocionante'' de caça aos demônios.

– Então – Dean me assustou. Eu não tinha notado que ele havia acordado. – Pensei que só usasse essa roupa pro trabalho voluntário na igreja, com o padre Kellan.

– Eu gosto dessa roupa – puxei o zíper lateral do vestido, o ajustando ao meu corpo.

– Então agora você e Castiel são uma dupla dinâmica? ''Sobretudo e Batina''?

– Pode-se dizer que sim – me sentei em uma cadeira, colocando minhas meias.

Quase dei um grito ao ver que Castiel estava parado perto da janela.

– Está mal acostumado de novo, Cass – o repreendi. – Bater na porta, lembra? Essa é uma das regras.

– Me desculpe. Vou tentar me lembrar disso. É que eu... Me preocupo com a segurança de vocês.

– Olha só pra ele, tão fofo! – Dean brincou, se deitando de costas na cama, colocando um braço atrás da cabeça. – Todo preocupado com a gente! Todo gente boa, me tirando do inferno... Você não tá tentando roubar a minha mulher, né?

– Eu não... – Castiel franziu o cenho. – Não ousaria.

– É bom mesmo – Dean cruzou os braços.

– Apesar de que, tecnicamente, vocês não são mais casados – Castiel desviou o olhar, pensativo.

– Que? – o encarei.

– Bem, os votos implicam que vocês são um casal até que a morte os separe, e a morte já separou vocês, então...

– Não usa essa brecha, não – Dean fingiu estar ofendido. – Enquanto usarmos alianças, tá valendo.

– Imaginei que diria isso. De qualquer forma, posso assegurar que não tenho vis intenções para com Santa Isabella – ele pigarreou.

– Uau, olha só como ele é formal – Dean riu. – Ele é sempre assim?

– É, sim – eu sorri, terminando de calçar minhas botas. – Não é, irmão? – sorri para o anjo, que assentiu, um tanto quanto embaraçado.

Me levantei para pegar minha faca de prata em minha mochila, a prendendo em meu braço, de baixo de uma das minhas mangas, como de costume.

– Não vai levar a Glock? – Dean perguntou confuso.

– Não. Eu tenho evitado usá-la, mas ela tá aqui, se precisar dela – apontei para a bolsa, colocando meu rosário no pescoço em seguida. – Tem dinheiro na minha carteira, vou deixar meu celular com você, e o mais importante... – mostrei as chaves do Chevelle. – Dirija ele com carinho, tá? Ele é um garoto sentimental.

– Pode deixar, benzinho – deu uma piscadinha.

– ''Benzinho''? – Castiel franziu o cenho.

– Mas será possível que até você vai me zoar com isso? – Dean se indignou. – Ninguém mais leva romantismo a sério aqui?

– Eu levo – me aproximei da cama e beijei sua bochecha. – Eu te amo. Tome cuidado e coma alguma coisa antes de ir atrás do Sam, por favor.

– Sim, senhora – ele beijou minha bochecha em retorno.

Castiel pigarreou, desviando o olhar. Dean e eu reviramos os olhos.

– Se fica desconfortável com a proximidade humana, deveria ter batido na porta, para começo de conversa – caminhei para perto do anjo.

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