Capítulo 7

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Já era tarde da noite quando Castiel me teleportara para o ferro-velho do Bobby.

– Quer entrar? – perguntei a ele enquanto subia os degraus da entrada dos fundos.

– Eu gostaria, mas tenho que me reportar aos meus superiores – esboçou um sorriso.

– Nos vemos amanhã, então, Cass.

– Na verdade...

Eu me virei para olhá-lo, confusa.

– Eu não virei ao seu encontro amanhã.

– Por que não? – desci os degraus para me aproximar dele.

– Hoje era o nosso último dia de missões por enquanto.

– Quando ia me contar isso?

– Bem... Agora, acho.

– Cass! – pus as mãos na cintura.

– Me mandaram informá-la de que deverá acompanhar Dean nas caçadas, como faziam antes. É possível que outros demônios apareçam no encalço dele, também, então seria adequado que ficasse para ajudá-los com isso.

– Mas e você, o que vai fazer?

– O que me ordenarem.

A forma crua como ele respondia as coisas sempre me pegava de surpresa.

– Tá bem – suspirei. – Tenha cuidado, tá?

– Sempre tenho.

Me aproximei para lhe abraçar, algo que o pegou totalmente desprevenido, a julgar pela falta de reação.

– Essa é a parte que você me abraça de volta – eu ri um pouco.

– Isso é apropriado?

– É só um abraço, Castiel. É uma forma dos humanos mostrarem que se importam uns com os outros e que os têm em alta estima.

– Ah. Entendi.

E me abraçou de volta, me dando dois tapinhas nas costas. Quando me afastei, baguncei um pouco seu cabelo.

– Se cuida. E se precisar, basta me chamar. Ah, e nada de aparecer do nada, viu?

– Sim, senhora – sorriu antes de bater suas asas e desaparecer de vista.

Eu ia sentir falta daquele grande bobão. Dean abriu a porta dos fundos de repente.

– Cadê ele?

– Acabou de ir embora.

– Ele é fujão, né?

– Demais – eu ri.

– Poxa, eu ia chamar o cara pra beber.

Taí uma coisa que eu pagaria pra ver – subi os degraus, o encontrando com um beijo. – Um anjo enchendo a cara – franzi o cenho. – Nem consigo imaginar.

– Talvez na próxima. Vem, comprei pizza pra gente.

Entramos em casa, indo para a cozinha, onde Bobby estava sentado à mesa, bebendo. Com Sam. Assim que me viu, Bobby largou sua cerveja e veio ao meu encontro, me abraçando.

– Como é bom ver você, filha! – me abraçou firme antes de se afastar um pouco e afagar meu rosto. – Você perdeu peso. Têm comido direito?

– Sim, claro – franzi os lábios por um momento. – Só estive muito ocupada caçando, mas eu tô comendo sim, juro. Desculpa não vir aqui antes.

– Não se esquenta com isso – deu dois tapinhas em meu ombro. – Vem, come uma pizza com a gente. Vou pegar uma cadeira pra você.

E enquanto Bobby procurava por uma cadeira pra mim na biblioteca, um silêncio desconfortável se seguiu na cozinha. Era óbvio que Dean já tinha percebido algo estranho rolando, mas até o momento, não comentou nada.

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