Capítulo 56

62 11 0
                                    

Estávamos finalmente em casa.

Chegamos no meio da madrugada, com o sol prestes a nascer, o que nos fez sentar na varanda e aproveitar aquele momento.

Todos os demônios estavam no Inferno. Lúcifer e Miguel estavam mortos. O Apocalipse havia acabado.

Sam estava abraçado à Gabriel, segurando sua mão, e Castiel estava com os braços sobre os ombros de Dean e os meus, nós dois descansando as cabeças em seu peito, vendo o sol nascendo.

Aquele era o nascer do sol mais lindo que eu já tinha visto. Parecia bobo de se pensar, mas era verdade. Todas as pequenas coisas pareciam belíssimas naquele momento. Saber que estávamos em casa, que teríamos uma vida, que seríamos pais para a Charlie, aquilo era tudo o que eu queria.

Ouvimos uma porta se abrir, chamando a nossa atenção. Anna abriu um largo sorriso ao nos ver.

– Querem café?

Meio grogues devido ao cansaço, nos levantamos e entramos em casa, cumprimentando nossa ruivinha favorita.

– Charlie? – perguntei ansiosa.

– Está dormindo, vai acordar daqui a uns minutos.

– Certo. Ammm. Cass – chamei sua atenção. – Como eu tiro isso? – apontei para minha armadura.

Ele se aproximou, colocando a mão sobre o peitoral da armadura, que logo se desarmou de mim. De alguma forma que eu não entendia, a armadura toda agora estava em um pingente de escudo dourado.

– Valeu, amorzinho. Eu preciso de um banho.

– Antes disso...

Senti um arrepio na nuca ao ouvir a voz do Cavaleiro. Mesmo Anna havia se assustado terrivelmente, se afastado dele na mesma hora.

– Acredito que está em posse de coisas que me pertencem, Isabella – ele me encarou.

– Sim – pigarrei, tirando os anéis da bolsinha em minha cintura e pegando a foice. Me aproximei com cautela para devolver seus pertences.

– Obrigado por me devolver.

– De nada – respondi automaticamente. – O que eu...? O que eu faço com os outros anéis, senhor?

– Deixe-os comigo.

Eu assenti, e os entreguei. Se eram dos irmãos dele, talvez fosse melhor mesmo que ficassem em sua posse. Ele parecia ser verdadeiramente neutro, e não uma ameaça. Não via problema naquilo.

– Nos vemos em algumas décadas, Santa Isabella.

Eu engoli a seco, incapaz de responder, e apenas assenti. Morte olhou para os demais presentes, meneando a cabeça, e então desapareceu no ar. Só então eu pude respirar tranquilamente.

– Vamos – Castiel segurou minha mão e a de Dean, nos levando para o quarto.

Não protestamos nem um pouco.

Castiel nos ajudou a nos livrar daquelas roupas ensanguentadas, que ele tratou de incinerar automaticamente, como que para se livrar de vestígios daquele período estressante, e fomos todos para o chuveiro.

Ajudamos uns aos outros a lavar nossos cabelos, a nos ensaboar, e depois de termos certeza de que estávamos todos devidamente limpos, passamos algum tempo apenas abraçados uns aos outros sob o chuveiro quente, tentando nos colocar nos eixos novamente, deixando a água lavar as nossas almas de alguma forma.

Nos vestimos, depois, e eu não queria saber de nada além dos meus pijamas. Queria ficar confortável como pudesse, já que queria logo reencontrar Charlie.

Winds of FortuneOnde histórias criam vida. Descubra agora