Capítulo: 8

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— Isso é loucura... — Lorena batia as pernas rapidamente no chão, enquanto dava grandes goles em sua água com açúcar. — Não acredito que meu irmão é pai. Ainda mais da sua fi...

— Shiu! — repreendi, e ela mordeu os lábios, encarando a Manuella sentada em uma mesa jogando em seu tablet, e um sorvete ao lado, um pouco à frente de nós, para que ela não escutasse nossa conversa.

— Desculpa! — levantou rapidamente da poltrona macia, e continuou batendo os pés. — O Matheus vai pirar!

— Não, ele não vai! — afirmei, e ela arqueou a sobrancelha, confusa. — Porque ele não vai saber.

Ela arregalou os olhos, e bateu com a mão no rosto, agora andando de um lado para o outro.

— Rebeca, achei que você iria contar pra ele — me encarou, com decepção na voz. — Eu sei que meu irmão foi um filho da puta com você, mas...

— Lorena, é complicado — interrompi ela, desviando o olhar, e fiquei encarando a minha filha que estava com a boca toda lambuzada de sorvete. — Eu não vim para o Brasil para resolver coisas do passado...

— Rebeca, não faça isso pelo Matheus. E sim pela sua filha! Imagina crescer sem um pai presente... — seu tom de voz saiu tão sério, que eu poderia achar que ela seria mais velha, e bem mais experiente que eu, mesmo eu tendo visto essa menina uma criança.

Balancei a cabeça lentamente, e ela segurou minhas mãos, agora sorrindo.

— Posso te pedir uma coisa? — perguntou, e eu não posso negar que fiquei com medo do que ela iria pedir, mas mesmo assim, assenti. — Você pode levar a Manuella para conhecer meus pais?

— Os avós dela? — perguntei baixo, em um tom desesperador, e ela balançou a cabeça. — Aí, porra...

— Você não precisa contar agora.... Se não quiser — suspirou, e seus olhos se encheram d'água. — Você não tem noção do quanto eles vão ficar felizes em conhecê-la.

— Tá bom... — mordi os lábios fortemente, com os olhos lacrimejando.

— Agora me responde uma coisa, com sinceridade... — apertou minhas mãos levemente, e balancei a cabeça, apreensiva. — O nome Manuella... É por causa...

— Rebeca! — parei de encarar ela assim que escutei a voz da Nathália atrás de mim.

Eu tinha esquecido dela, meu Deus!

— Onde você estava? — me virei para encará-la, que estava ofegante.

— Me perdi — colocou a mão no peito, respirando fundo, e logo direcionou o olhar para a Manuella, que encarava ela de volta. — Você sumiu, sua pestinha!

— Desculpa, titia. Eu me perdi de você, então voltei para a minha mamãe — sorriu, e voltou seu olhar para o tablet, como se nada tivesse acontecido.

A Nathália negou com a cabeça, e tirou o olhar dela, agora encarando a Lorena.

— Ah, Nathália, essa é a Lorena, uma amiga bem antiga minha. Lorena, essa é a minha amiga que conheci lá na faculdade — apresentei as duas, que se abraçaram e sorriram de lado.

— Prazer em conhecê-la! — Lorena disse em um tom gentil, com um sorriso meigo nos lábios.

— Igualmente!

— Amor? — um rapaz alto e moreno parou atrás da Lorena que se virou, e sorriu.

Amor?

Eu conheço esse garoto!

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