Capítulo: 60

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Rebeca:

Ter visto a Luana daquele jeito me pegou legal, viu!

Não imaginei o quão mal ela tinha ficado por saber que não pode engravidar.

Assim que eu e a Melissa descobrimos isso, viemos correndo pra casa dela para ver como ela estava.

E garanto que estava nada bem.

O Andrei nem estava deixando ela sozinha, mas assim que chegamos, ele nos deixou a sós para conversarmos com ela.

E foi bem difícil. Ficamos praticamente o dia inteiro com ela, e conseguimos de vez em quando distraí-la e arrancar risadas de sua boca, mas mesmo assim ela continuava triste.

Eu lembro até hoje quando tínhamos uns doze ou treze anos, e nós três perguntamos uma a outra qual era o nosso maior sonho.

Eu respondi que era ser advogada, a Mel disse que era namorar com o Justin Bieber, e a Luana respondeu que queria ser mãe, mas não ser mãe nova, seria apenas quando tivesse bem sucedida.

Ter lembrado disso doeu, e nem consigo imaginar o quanto estava doendo nela...

Assim que saio de sua casa, o carro do Matheus já estava parado em frente.

Ele estava mexendo distraidamente em seu celular, e após me ver se aproximando, ele se inclina um pouco e abre a porta do carro pra mim.

Eu entro e já coloco o cinto, olhando pra ele que havia guardado o seu celular e agora me encarava.

— Ela tá muito mal ainda, não é? — pergunta, e assinto com a cabeça. — Imaginei...

— Ela disse que você veio aqui — digo, e ele liga o carro.

— Sim — murmura, enquanto dava ré. — Ela esteve comigo nos meus piores momentos, era a minha hora de retribuir.

Assinto com a cabeça, e ficamos em silêncio por um curto tempo.

— Tem como você me deixar na casa dos meus pais? — peço, e ele assente mudando o trajeto.

Nem demora muito, e ele já para o carro em frente a casa deles.

— Valeu, tchau! — tiro o meu cinto, e quando eu toco na porta do carro para abri-lá, ele segura em meu pulso.

— Tá esquecendo de nada não? — pergunta, e eu olho ao redor do carro pensando ter esquecido minha bolsa. Nem bolsa eu havia trago, e então eu nego com a cabeça. — Meu beijo, amor.

Amor...

As vezes o Matheus dizia essa palavra apenas por dizer, como se fosse um simples apelido, e em todas as vezes isso mexia comigo.

Me aproximo dele, e coloco uma de minhas mãos em seu rosto, dando um selinho nele, e logo me afasto novamente.

— Te vejo depois — digo, e ele assente com um pequeno sorriso de canto.

— Nosso encontro na sexta ainda está de pé? — pergunta, e balanço a cabeça com um sorriso pequeno, logo saindo do carro e indo em direção ao portão. — QUANDO VOCÊ FOR EMBORA ME LIGA QUE EU VENHO TE BUSCAR! — disse um pouco alto, e eu viro apenas minha cabeça para olhá-lo.

— CLARO! — digo, e mando um beijo no ar pra ele que retribui.

Entro na casa dos meus pais, e assim que passo pela porta da sala vejo a Rayssa sentada no sofá enquanto mexia em seu celular.

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