Duas semanas depois...
Matheus:
Fazia dois dias que eu finalmente tinha saído daquele hospital. Puta que pariu, não aguentava mais!
Mas infelizmente eu ainda tinha que andar no sapatinho. Eu tive muitos ferimentos e fraturas graves. Então se eu ficasse dando mole de novo, ia parar lá outra vez. Uma coisa que eu não quero.
Deus me livre passar por tudo aquilo de novo. Eu vi a morte diante dos meus olhos, achei que ia morrer! Agora eu só quero viver minha vida da melhor maneira possível, porque percebi que ela pode ser rápida, e acabar em qualquer momento.
Meus amigos tinham inventado hoje de fazer um churrasco na casa da Luana e do Andrei, para comemorar o meu renascimento, segundo eles. Agora aqui estou eu, vendo esses babacas bebendo, e eu não podendo colocar um gole na boca por causa dos remédios que eu estava tomando. Filhos da puta, na moral!
— Tá tudo bem? — sai dos meus pensamentos com a voz baixinha da Vitória perto do meu ouvido, e levei meu olhar pra ela.
Trouxe ela comigo, aliás, seria injusto eu sair e deixar ela em casa.
— Aham! — respondi, e ela balançou a cabeça, voltando sua atenção para o seu celular.
É, tirando ela, já que não podia beber, eu era o único que estava bebendo suco. Sanacagem!
Mas, se fosse por vontade própria, ela estaria bebendo cerveja também, eu que não deixei! Tá querendo matar o meu filho, porra?
Ela disse que como estava no começo não tinha problema, mas eu disse que isso não tinha nada a ver, mesmo eu não entendendo porra nenhuma sobre isso, mas não deixei, e isso fez com que nós dois nos desentendessemos.
E isso me deixou meio puto também porque ela nem pensou em me acompanhar no suco.
O quê só me fez lembrar que...
— Finalmente, né? — meus pensamentos foram interrompidos pelas vozes das meninas que foram até a Rebeca, que havia acabado de chegar.
É, eu estava pensando nela agorinha...
Ela cumprimentou a todos, e ao lado dela, estava a minha filha.
A última vez que eu vi ela, foi naquele dia da visita. Eu pedi para que a Rebeca não levasse mais ela, porque eu, tanto ela, sabíamos que aquele não era um lugar bom pra nossa filha. E além do mais, eu vi nos olhinhos da Manu, como ela ficou quando me viu. Não queria que ela ficasse assim todas as vezes que fosse me visitar.
Apenas senti dois bracinhos em volta do meu braço, o que me fez olhar para a pequena garotinha de lindos olhos verdes, iguais aos meus.
Porra. Nunca senti isso na minha vida. Foi o melhor sentimento que já bateu dentro de mim!
— Eai... — baguncei o cabelo dela, que riu, e fez um toque comigo.
— Você tá melhor? — perguntou, com curiosidade, e sorri.
— Com toda certeza! — respondi, e pisquei pra ela, que parecia aliviada e feliz em me ver.
A Vitória estava encarando isso de uma forma estranha, eu não sabia ao certo descrever o que estava em sua face. Surpresa, ciúmes, raiva? Ou até mesmo tudo junto.
Mas foda-se o que ela pensa sobre isso. A garota é minha filha, ela aceitando ou não!
A Rebeca logo apareceu ao nosso lado, com um pequeno sorriso, meio constrangido, mas nada que nenhum deles perceba.
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Não Existe Mais Amor
RomanceCinco anos se passaram. Cinco anos de lembranças que foram deixadas para trás, e um amor que foi destruído. Matheus e Rebeca eram novos demais para entender o amor e vivê-lo naquela época. Mas, será que agora estão preparados para vencer o orgulho...