Capítulo: 37

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Rebeca:

Hoje a Manu recebeu alta do hospital, e os médicos disseram que estava tudo bem com ela, e que os seus exames estavam todos ótimos.

Fazia três dias também desde que o Matheus me ligou, e três dias que ele não dava as caras.

Ontem de ontem, um dia depois que me ligou, ele apenas me mandou uma mensagem dizendo que não poderia ir ver a Manuella, e que era pra mim dizer a ela que não era pra sentir saudades dele, e que já já resolvia suas coisas, e rapidamente iria ver ela.

Obviamente eu me irritei muito com isso. Como que eu explicaria uma coisa dessas pra minha filha pequena, que só queria apenas ter a presença do pai por perto?

Eu sei também muito bem o que eu havia falado pra ele no dia da sua ligação. Que era pra ele resolver os seus problemas, e depois fosse ver a Manu, mas o problema, é que ele nem se quer ligou pra falar com ela.

Até o Guilherme que nem se quer é algo dela, ligou nesses três dias só pra conversar com ela, e saber como ela estava.

Ela ficou feliz com suas ligações, claro, mas a pessoa de quem ela queria falar, nem se quer deu atenção.

Eu pensei que ele ganharia mais juízo depois que descobrisse que era pai, mas eu estava completamente enganada.

Olhei pelo espelhinho do carro a minha filha, que estava cabisbaixa no banco de trás enquanto brincava com seu urso, o qual ela tinha ganhado de presente de uma enfermeira que tinha se encantado por ela.

Tá tudo bem, meu amor? — perguntei, e ela levantou a cabeça, agora me olhando.

Sim, mamãe — respondeu, e tirou o olhar de mim, voltando a se distrair com o urso.

Passei a língua pelos lábios, odiando o Matheus por fazer ela ficar desse jeito. Ela estava tristinha, e isso era perceptível.

Voltei novamente minha atenção para as ruas, já que eu estava dirigindo o carro do meu pai. Ele se ofereceu para deixar o carro comigo, para que eu vinhesse com a Manuella do hospital, e ele ia de Uber para o trabalho.

Assim que virei a esquina da casa dos meus pais, não acreditei assim que vi o Matheus encostado em seu carro, que estava estacionado em frente a casa deles.

Respirei fundo fortemente, e estacionei o carro na calçada, logo atrás do carro dele, que tirou sua atenção do celular, para me olhar através do vidro.

— Chegamos, Manu — avisei, enquanto tirava o cinto.

— Papai... — ouvi ela murmurar, e então inclinei o meu corpo para trás para encarar ela, que olhava pra ele com seus olhinhos brilhando de felicidade. — Vem, mamãe, tira o meu cinto!

Dei um pequeno sorrisinho de lado, vendo que mesmo ele não estando presente nesses últimos dias, ela ainda tinha uma admiração por ele enorme, e não estava com raiva.

Sai do banco do motorista, e abri a porta de trás, tirando o seu cinto, e pegando ela no colo, segurando também sua bolsa no meu outro ombro.

Tranquei o carro, e fui andando em passos lentos até ele, que tirou o olhar de mim, agora olhando pra ela, que rapidamente desceu do meu colo, e foi correndo até ele, que pegou ela em seus braços, e apertou fortemente.

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