Capítulo: 56

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Manu:

Papai e mamãe são muito estranhos!

Uma hora estavam brigando, e na outra agindo como pessoas normais. Eu não entendo isso!

No geral, adultos são estranhos mesmo.

Mas eu amava ficar com eles, principalmente quando estavam juntos, o que não acontecia sempre.

Por isso que quando saímos do carro quando chegamos ao parquinho, eu fiz questão de dar à mão aos dois para atravessarmos a rua juntos.

— Manu, não some, viu? — mamãe alertou após pisarmos na areia, e eu ter soltado a mão deles.

— Vamos ficar ali, qualquer coisa é só tu dar um gritão que eu venho correndo! — papai apontou para um banco próximo que havia ali, e eu assenti enquanto ria.

Eu gostava do senso de humor do papai. Mesmo eu não entendendo as vezes o que ele diz.

Eles foram se sentar no banco, e eu fui correndo em direção aos brinquedos que eu já havia ido mais de cem vezes!

Mas eu não tinha o que reclamar, meus papais estavam aqui, não tinha como ser melhor!

Fui logo no balanço, que era o meu brinquedo favorito do parquinho. Eu amava ele porque parecia que eu estava voando quando me balançava!

Eu dei sorte hoje, porque ele nem sempre está disponível, aí eu tenho que ficar muito tempo esperando a minha vez. Acho que também deve ser o brinquedo favorito de quase todas as crianças.

Esse parquinho aqui sempre tem mais crianças do que a de onde eu morava antes. Até as pessoas aqui são mais legais!

No começo eu sentia muitas saudades de Boston, mas aí eu me acostumei com o Brasil, e então nem sinto mais falta de lá.

— Queremos ir aí! — uma garota um pouco maior do que eu para ao meu lado do balanço, junto com outra de cabelos encaracolados.

— Oi! — sorri, até porque mamãe sempre me ensinou a ser simpática com as pessoas.

— Você não ouviu? Queremos brincar aí também! — a outra de cabelos encaracolados diz, parecendo irritada.

— Mas eu acabei de chegar aqui... — digo, e olho ao redor. — Tem outro balanço ali vazio! — aponto.

— Mas queremos esse! — a outra maior responde, e segura na corda do balanço que eu estava, fazendo ele parar.

Como eu disse, mamãe sempre me ensinou a ser simpática e legal com as pessoas, mas o meu papai há pouco tempo atrás também me ensinou que eu devo ser má as vezes, e não tolerar pessoas ruins.

— Não vou sair daqui! — digo firme, e elas duas se encaram. — Ou vocês brincam no balanço disponível, ou vão ficar sem ir em balanço nenhum!

— Garota, você é uma chata! — as duas mandaram língua pra mim, e então saíram, fazendo eu voltar a me balançar.

Ufa, achei que teria que dar um gritão!

Olho em direção aos meus papais que estavam conversando. Papai estava olhando a mamãe com um sorrisinho de lado enquanto ela dizia algo.

Eu queria que eles dois fossem namorados!

Bom, eu não sei direito como isso funciona. Quando eu perguntei isso a titia Nathy e ao titio Alisson, os dois se embolaram para explicar, mas no final acabaram me dizendo que é quando duas pessoas se amam, andam de mãos dadas, e outras coisas bobas.

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