Capítulo: 7

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Assim que fechei a última mala, me sentei na cama, colocando as mãos no rosto e logo suspirando.

— Mamãe — a Manu adentrou o meu quarto, toda animada. — Eu tô muito feliz!

— Que bom! — sorri, tentando parecer tão animada quanto ela.

— Que foi, mamãe. Você não está feliz que vai para o Brasil? — fez carinha triste, e eu neguei rapidamente.

— Não. Claro que não, também estou feliz! — sorri, tentando parecer mais verdadeiro. Não se preocupe...

Ela balançou a cabeça, e me abraçou. Afundei meu rosto em seu pescoço, sentindo seu cheirinho suave e muito gostoso de sentir.

— Só me promete uma coisa — pedi, ainda no abraço. — Independente de tudo, se alguém te falar algo, não dê ouvidos, e acredite na mamãe, okay?

Ela se soltou, e me encarou, confusa.

— Como assim?

— Bom... — tentei articular bem as palavras, mas eu não conseguia. — Só confie em mim. Me promete isso?

— De dedinho! — levantou o dedo mindinho, e eu sorri, cruzando nossos dedos.

Assim que meu olhar se direcionou para o pulso dela, pude ver a pulseira que eu tinha dado à ela. Um presente que eu havia ganhado no meu aniversário de 18 anos.

Arregalei os olhos, esquecendo completamente que ela ainda usava isso, assim como o colar, que eu tinha ganhado anos atrás de uma pessoa muito especial. Ela nunca tirava, mesmo eu dizendo que poderia machucar ela.

Mas a pulseira agora ela tinha que tirar!

— Filha, que tal tirarmos essa pulseira? — olhei em seus olhinhos, que rapidamente se entristeceram.

— Mas, por que, mamãe? — abaixou a cabeça, mexendo na pulseira. — Eu gosto tanto dela, é especial pra mim.

— Meu amor, é por... — fui interrompida quando adentraram o meu quarto com tudo, e encarei o moreno em nossa frente, com uma mochila enorme nas costas, arrastando três malas, e o óculos escuro na cabeça.

— Você e a Nathália tem que parar com isso — fiz cara de tédio, revirando os olhos. — Isso é invasão domiciliar.

— Não se eu tiver a chave, que inclusive, quem me deu foi você! — mandou língua, e eu fiz careta. — Estão prontas?

— Não/Sim! — eu e a Manu falamos juntas, e eles me encararam, com a sobrancelha arqueada.

— Brincadeira, gente. É claro que eu tô! — dei um dos meus sorrisos mais falsos, e a Manu deu de ombros, menos o Alisson que fez uma cara do tipo, "Depois iremos conversar, queridinha."

— Pegou seus brinquedos? — direcionei o olhar para minha filha, que fez cara de pensativa.

— Acho que sim, mas só por precaução, vou lá olhar de novo — saiu correndo do quarto, e o Alisson soltou uma risada abafada.

— Olha aqui, melhora essa cara, garota! — puxou meu cabelo, e se encostou no batente da porta.

— Aí! — passei a mão no lugar que ele fez isso, e cruzei os braços. — Eu tô com a cara normal.

— Não está não! Tá com cara de cu! — revirou os olhos, e joguei meu pente de cabelo nele. — Aí, filha da puta!

Ri, e me levantei, olhando ao redor do meu quarto.

— Vai sentir saudades daqui? — perguntou, e balancei a cabeça. — Iremos ficar pouco dias lá mesmo. Temos uma vida aqui!

— Sim. Mas um dos meus medos de ir, é meus pais não deixarem eu voltar mais — me virei, encarando ele que se desencostou do batente da porta, e se aproximou de mim.

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