Capítulo: 13

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Rebeca:

Porra, Rebeca, você tá de sacanagem, né? — Nathália passou as mãos pelo cabelo, e prendeu em um coque.

— Não, eu não estou! — respondi, olhando para todos os lados enquanto andava. — Mike, Mike, Mike...

— Não é melhor procurarmos ele quando amanhecer? Olha a hora, já são uma e pouca, estamos exaustos! — Alisson bufou, e eu parei de andar.

— Você perde o meu cachorro, e depois vem com essa? — encarei ele, que ficou em silêncio. — Se quiser ir embora, pode ir, mas eu vou ficar! Aliás, vocês dois podem ir.

Voltei a andar, e só escutei os dois suspirarem, e voltarem a andar ao meu lado.

— Até que caminhar a noite não é ruim, né? Ainda mais usando um vestido grande desses e um salto! — Nathália ironizou enquanto ria, para tentar quebrar o clima.

— Pois eu concordo! — Alisson passou um braço pelo meu pescoço, e pegou meus saltos da minha mão. — Nathália, por que você não fica descalça, querida?

— Eu não, tô toda linda, não quero ficar com o pé preto! — respondeu, segurando o seu vestido para não enroscar e ela acabar caindo.

— Euem — Alisson fez careta, e tirou seu braço do meu pescoço. — Mike, amor de titio, vem cá! — fez um barulho com a boca, olhando nos becos. — Pelo amor de Deus, aparece, senão sua mamãe me mata!

— Eu mato mesmo! — fiz cara feia, já com o coração doendo.

Ficamos procurando por todo o canto, principalmente onde o Alisson perdeu ele, mas nem sinal dele!

— Aí, amiga, eu já estou cansada... — Nathália sentou na calçada, agora com seu salto na mão. — Tô com soninho...

— Te deixamos na casa dos pais da Rebeca, eu fico pra ajudar ela. — Alisson sentou ao lado dela, e percebi que os dois já estavam exaustos, e mesmo que isso tenha sido culpa do Alisson, eu não deixaria eles nessa situação.

— Voltem pra casa, gente, eu me viro aqui, tem perigo não! — fiquei em pé na frente deles, e os dois me olharam com cara de sarcasmo.

Quando a Nathy ia dizer algo, um carro para atrás de mim, o que fez eu me virar e ir pra trás.

Era um carrão!

— Gente, eu já tô me preparando pra correr! — Alisson sussurrou, e eu fiquei imóvel, assim como a Nathália que nem estava respirando mais.

Essa pessoa abaixou o vidro do carro, e forcei um pouco a vista para ver quem era.

Puta que pariu, só falta ser assalto!

Tá tudo bem aí? — a voz grossa e rouca acalmou minha respiração em instantes, e suspirei aliviada.

— Achei que você ia assaltar a gente... — coloquei a mão no peito, e ele riu.

— Quem é esse gostoso aí? — escutei o Alisson perguntar baixinho, e o mesmo escutou e riu novamente.

— Ah, gente, esse é o Guilherme, um antigo amigo meu. Guilherme, esses são meus amigos, Alisson e Nathália — apresentei eles, e o mesmo sorriu para os dois que fizeram o mesmo. — Estávamos procurando o meu cachorro que sumiu.

— Mas essa hora é perigoso, por que não deixou pra de manhã? — arqueou a sobrancelha, preocupado.

— Porque ela é ansiosa e doida! — Nathália respondeu, e se levantou.

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