Escutamos a porta da sala sendo aberta, e então nos separamos do abraço meio constrangidos.
— Bebê de mamãe, cheg... — dona Luiza, minha linda mãe, paralisa assim que chega na porta da sacada e vê nós dois. — Oi, Matheus.
— Oi...
Pouquíssimas vezes eles dois haviam se trombado. E em todas as vezes eu sentia o Matheus ficar meio assim perto da minha mãe.
— Cadê a Manuzinha? E a Nathy? — ela pergunta.
— Saíram! — respondo.
— Então só está vocês dois aqui? — pergunta na cara dura, e eu arregalo os olhos por tamanha vergonha.
— Eu estava esperando a Manuella chegar! — Matheus coça a cabeça, e pelo seu ato, percebo o mesmo nervoso. — Pelo visto ela vai demorar. Outro dia eu volto!
— Pode continuar esperando ela, Matheus, sem problema algum! — minha mãe dá um pequeno sorriso de canto.
— Eu teria que ir mesmo, não ia demorar muito aqui! — responde, e se afasta do guarda corpo. — Até mais, dona Luíza!
Ela apenas assente com a cabeça, e ele passa pela mesma, indo para a porta da sala. Antes de sair ele me lança um sorriso de lado, e eu retribuo.
— Que carinha é essa? — ouço minha mãe perguntar, e eu a encaro, que havia um sorriso malicioso estampado em seu rosto.
— Nada! — digo, e passo por ela, indo me sentar no sofá.
— Nada, sei! — ri, e senta ao meu lado. — Você ainda gosta dele, dá pra perceber!
Quando ela disse aquilo, minha vontade foi de revirar os olhos, mas eu não faria isso pra minha mãe.
— Tem outro cara na minha vida agora. E você sabe disso.
— E isso impede de você continuar gostando do Matheus? — diz, como se fosse óbvio, e leva o olhar até minha barriga, onde passa sua mão. — Mas eai, como anda o caso dele lá com a justiça?
— Ele não me conta nada sobre, mas pelo o que eu sei, a situação não tá nada fácil pra ele — respondo, sem ânimo algum pra esse assunto. — O que foi?!
Minha mãe de repente ficou com um semblante estranho, e nem se quer me encarava, apenas olhava pra minha barriga enquanto alisava a mesma.
— Esquece...
— Diz, mãe.
Ela então me encara, e passa a língua pelos lábios.
— Acredita tanto assim na inocência do Matheus?
Naquele momento eu quase nem acreditei que ela havia me perguntado aquilo.
— Mas é óbvio! — nego com a cabeça. — Eu sei que ele nunca faria isso!
— Vocês ficaram anos sem se ver, sem se falar, e sem saber nada um do outro — diz séria. — As pessoas mudam com o tempo, filha...
— Ele não fez isso, mãe, eu sei! — afirmo, e ela solta um suspiro.
— Você sabe que se ele for preso de novo, as crianças vão ficar sem um pai presente, né? Eu sei que o Guilherme não é o pai biológico deles, mas pelo tempo que conheço ele, ele com certeza cumpriria esse papel pelo Matheus.
— Não preciso colocar outro homem na minha vida e dos meus filhos só pra substituir a ausência do Matheus. Eu mesma vou dar conta dos dois papéis! — respondo, e após alguns segundos ela assente com a cabeça.
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Não Existe Mais Amor
RomanceCinco anos se passaram. Cinco anos de lembranças que foram deixadas para trás, e um amor que foi destruído. Matheus e Rebeca eram novos demais para entender o amor e vivê-lo naquela época. Mas, será que agora estão preparados para vencer o orgulho...