Capítulo: 36

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Seu olhar foi caindo lentamente para o chão, onde permaneceu por longos segundos. Seus olhos estavam cheio de lágrimas, e uma expressão de raiva e tristeza se misturaram em sua face.

Seu peito subia e descia rapidamente, de uma forma a qual pensei que ela pudesse estar passando mal, e então me aproximei, mas a mesma colocou o braço na frente, impedindo essa aproximação.

— Quando...? — sua respiração foi ficando cada vez mais pesada, e então respondi de imediato.

— Quando eu viajei com os meus amigos... — murmurei, e lentamente ela foi levantando o olhar. — Deixa eu explicar, Vitória.

— EXPLICAR O QUÊ, PORRA? — gritou, se levantando. — VOCÊ ME TRAIU COM AQUELA VAGABUNDA!

— NÃO FALA ASSIM DELA, CARALHO! — me levantei, ficando frente a frente com ela. — Estávamos separados, VOCÊ MESMA tinha terminado comigo!

— EU? — riu, de forma escandalosa. — TÍNHAMOS APENAS BRIGADO, EU NÃO CHEGUEI A TERMINAR CONTIGO!

— ÓBVIO QUE TINHA! VOCÊ MESMA PEDIU UM TEMPO! — rebati, e ela negou com a cabeça, parecendo não acreditar.

— Sabe por que eu pedi a porra desse tempo?! — apontou o dedo na minha cara, e permaneci imóvel. — Porque você já estava arrumando intrigas comigo só pra poder ir solteiro para a porra dessa viagem!

— Você tá delirando! — revirei os olhos, me afastando da mesma que novamente se aproximou. — Vitória, você estava insuportável. Eu não estava mais te aguentando!

Percebi que peguei pesado nessa última frase, já que os olhos dela se encheram d'água, e sua boca se contorceu, mostrando que ela estava segurando o choro.

— Eu nunca vou ser boa o suficiente pra você, não é, Matheus? — disse baixo, e mordeu os lábios fortemente.

— Não é isso... — me aproximei dela, mas agora foi ela quem se afastou.

— Não importa o que você diga também, nada vai mudar o fato de que na primeira oportunidade de transar com a Rebeca, você não desperdiçou isso... — engoliu em seco, tentando limpar suas lágrimas que caíam sem parar. — Eu não te entendo, de verdade. Ela escondeu um filho seu, e apesar de tudo, você ainda perdoou ela! — disse entre os dentes, e então levei o olhar para o chão. — Eu sempre fui sincera com você, e mesma assim você SEMPRE vai preferir ela!

— Sempre foi sincera comigo? — murmurei, levantando o olhar para a mesma. — Então me diz agora... Essa criança que você está esperando é realmente minha? E se você também ficou com outra pessoa quando você me pediu "um tempo".

— Matheus, você só pode estar de sacanagem! — soltou uma risada sarcástica, passando suas mãos pelo rosto. — Eu já estava grávida antes de brigarmos, mas só fui saber depois, caralho! — me olhou. — E diferente de você, EU NUNCA, te trairia! — se aproximou lentamente, e encostou a ponta do seu dedo indicador em meu peito. — Porque foi difícil pra caralho de conquistar você, e acha mesmo que eu gastaria essa oportunidade só pra ficar com qualquer um?

— Eu realmente não sei, Vitória.

— Você só está querendo inverter a situação e jogar a culpa toda em cima de mim! VOCÊ SEMPRE FEZ ISSO, DESDE SEMPRE! — cuspiu as palavras com rispidez. — EU NUNCA, NA MINHA VIDA, DEVERIA TER FICADO CONTIGO!

— VOCÊ QUEM VEIO ATRÁS DE MIM, VITÓRIA. PORRA! — dei as costas pra ela, passando as mãos pelo rosto.

— EU FUI ATRÁS DE VOCÊ PORQUE EU TE AMAVA, MATHEUS! EU ESTAVA CEGA DE AMOR POR VOCÊ! — sua voz saiu cortada junto com as palavras, pelo choro que ela tentava segurar. — SE VOCÊ REALMENTE NUNCA GOSTOU DE MIM, ENTÃO POR QUE FICOU COMIGO?

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