Capítulo: 34

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Corri desesperada até a Manuella, que estava jogada no chão desacordada e com vários machucados.

— Manu, não, não... — me sentei no chão ao seu lado, e peguei ela no meu colo, que estava toda mole. — LIGA PRA AMBULÂNCIA, CARALHO!

Olhei para o Matheus, que estava sem reação, mas rapidamente pegou o celular.

— O quê aconteceu?! — escutei vozes atrás de mim, mas eu não conseguia responder, apenas chorar com ela em meus braços.

Ouvi o Matheus dizer algo pra eles, mas a única coisa que prestei atenção foi no: "o cara que atropelou ela fugiu".

Meu desespero começou a se misturar com minha raiva, até que sinto alguém se abaixando na minha frente.

— A cabeça dela está sangrando, Rebeca? — Alisson perguntou, tentando analisar ela, mas eu não conseguia soltá-la.

Enquanto eu verificava, apenas escutava o desespero deles também atrás de mim.

— N-não...

Ele então começou a analisar ela, vendo seus batimentos cardíacos, pulsação, respiração, e eu ia ficando cada vez mais nervosa com essa ambulância que não chegava!

Nem sei quanto tempo aquela cena de terror durou, mas pareciam horas, e então finalmente escutamos a sirene da ambulância se aproximando.

Quando ela parou em nossa frente, médicos saíram de lá, e um homem se abaixou em minha frente, para pegar a Manuella.

— Moça, mantenha a calma, e me entrega ela — disse, e com a respiração acelerada, entreguei minha filha a ele, que colocou dentro da ambulância, com outras pessoas que estavam lá.

— Eu vou junto, sou a mãe dela! — me levantei, e então um outro médico me ajudou a subir.

— A gente encontra você lá! — ouvi algum deles dizer, mas eu estava tão atordoada, que nem sabia quem era.

A ambulância deu partida, e eles já começaram a fazer as coisas necessárias, como colocar uma máscara de oxigênio nela, já que sua respiração estava um pouco mais fraca.

Abaixei minha cabeça, e coloquei minhas mãos no rosto, começando a chorar mais e mais, até que veio uma moça para me acalmar.

Ela foi conversando o caminho inteiro comigo, perguntando também algumas informações para colocar na ficha, até chegarmos no hospital.

Quando a ambulância parou, tiraram ela de lá com uma maca, e levaram ela correndo lá pra dentro, me fazendo ir junto, mas fui barrada.

— DEIXA EU VER A MINHA FILHA!

— Moça, você tem que se acalmar! — uma enfermeira entrou na minha frente, e de forma atenciosa a mesma tocou o meu braço, mas eu me afastei. — Você não pode ver ela agora.

— Porra! ELA PRECISA DE MIM! — passei as mãos pelo rosto, me tremendo por inteira, com as lágrimas descendo sem parar.

— Rebeca, calma! — escutei a voz do Felipe atrás de mim, junto de outros passos.

— Escuta ele, cara, você precisa se acalmar! — agora foi a vez da Nathália, que também demonstrava fraqueza em sua fala.

— Calma? Vocês querem que eu tenha calma? — me virei, levando o olhar pra eles. — É A MINHA FILHA QUE ESTÁ NAQUELA PORRA, A MINHA PEQUENA, CARALHO!

Eles tentaram se aproximar de mim, mas então eu coloquei o braço na frente, interrompendo o ato deles.

— Ninguém encosta em mim! — me afastei deles, ainda uma pilha, sentindo uma dor a qual eu nunca senti antes.

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