Corri desesperada até a Manuella, que estava jogada no chão desacordada e com vários machucados.
— Manu, não, não... — me sentei no chão ao seu lado, e peguei ela no meu colo, que estava toda mole. — LIGA PRA AMBULÂNCIA, CARALHO!
Olhei para o Matheus, que estava sem reação, mas rapidamente pegou o celular.
— O quê aconteceu?! — escutei vozes atrás de mim, mas eu não conseguia responder, apenas chorar com ela em meus braços.
Ouvi o Matheus dizer algo pra eles, mas a única coisa que prestei atenção foi no: "o cara que atropelou ela fugiu".
Meu desespero começou a se misturar com minha raiva, até que sinto alguém se abaixando na minha frente.
— A cabeça dela está sangrando, Rebeca? — Alisson perguntou, tentando analisar ela, mas eu não conseguia soltá-la.
Enquanto eu verificava, apenas escutava o desespero deles também atrás de mim.
— N-não...
Ele então começou a analisar ela, vendo seus batimentos cardíacos, pulsação, respiração, e eu ia ficando cada vez mais nervosa com essa ambulância que não chegava!
Nem sei quanto tempo aquela cena de terror durou, mas pareciam horas, e então finalmente escutamos a sirene da ambulância se aproximando.
Quando ela parou em nossa frente, médicos saíram de lá, e um homem se abaixou em minha frente, para pegar a Manuella.
— Moça, mantenha a calma, e me entrega ela — disse, e com a respiração acelerada, entreguei minha filha a ele, que colocou dentro da ambulância, com outras pessoas que estavam lá.
— Eu vou junto, sou a mãe dela! — me levantei, e então um outro médico me ajudou a subir.
— A gente encontra você lá! — ouvi algum deles dizer, mas eu estava tão atordoada, que nem sabia quem era.
A ambulância deu partida, e eles já começaram a fazer as coisas necessárias, como colocar uma máscara de oxigênio nela, já que sua respiração estava um pouco mais fraca.
Abaixei minha cabeça, e coloquei minhas mãos no rosto, começando a chorar mais e mais, até que veio uma moça para me acalmar.
Ela foi conversando o caminho inteiro comigo, perguntando também algumas informações para colocar na ficha, até chegarmos no hospital.
Quando a ambulância parou, tiraram ela de lá com uma maca, e levaram ela correndo lá pra dentro, me fazendo ir junto, mas fui barrada.
— DEIXA EU VER A MINHA FILHA!
— Moça, você tem que se acalmar! — uma enfermeira entrou na minha frente, e de forma atenciosa a mesma tocou o meu braço, mas eu me afastei. — Você não pode ver ela agora.
— Porra! ELA PRECISA DE MIM! — passei as mãos pelo rosto, me tremendo por inteira, com as lágrimas descendo sem parar.
— Rebeca, calma! — escutei a voz do Felipe atrás de mim, junto de outros passos.
— Escuta ele, cara, você precisa se acalmar! — agora foi a vez da Nathália, que também demonstrava fraqueza em sua fala.
— Calma? Vocês querem que eu tenha calma? — me virei, levando o olhar pra eles. — É A MINHA FILHA QUE ESTÁ NAQUELA PORRA, A MINHA PEQUENA, CARALHO!
Eles tentaram se aproximar de mim, mas então eu coloquei o braço na frente, interrompendo o ato deles.
— Ninguém encosta em mim! — me afastei deles, ainda uma pilha, sentindo uma dor a qual eu nunca senti antes.
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Não Existe Mais Amor
RomanceCinco anos se passaram. Cinco anos de lembranças que foram deixadas para trás, e um amor que foi destruído. Matheus e Rebeca eram novos demais para entender o amor e vivê-lo naquela época. Mas, será que agora estão preparados para vencer o orgulho...