Capítulo: 31

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Melissa:

— Será que dá pra escutar atrás da porta? — Alisson perguntou, enquanto batia os pés no chão.

Fazia apenas uns dois minutos que a Rebeca e a Manu entraram para ver o Matheus, e estávamos doidos para saber como iria ser essa conversa.

— Só vamos saber se... — nem terminei minha frase, os três já sabiam o quê eu iria dizer, e então se levantaram e saíram andando apressadamente pelo corredor.

Fui atrás como quem não quer nada, e parei atrás deles, assim que colocaram as orelhas grudadas na porta.

— Eu não tô escutando nada — Nathy murmurou, pressionando mais sua cabeça contra a porta.

— Gente, eu também quero tentar! — pedi, já que as três cabeças que estavam ali já tampavam todo o espaço.

A Nathália então deu espaço para que eu tentasse ouvir também, e assim eu fiz. Mas realmente, não dava para escutar nada.

Apenas escutamos uma tosse atrás de nós, e nos viramos, vendo uma enfermeira nos encarando de cara feia.

— Vocês não podem fazer isso.

— Aí, moça, é assunto sério de família aqui! — Alisson se esperneou, e ela negou com a cabeça, com a mesma cara.

Ele então mandou língua pra ela, e puxou eu e as meninas para sairmos dali, que logo em seguida caímos na gargalhada.

— Ela que se prepare! — bufou, quando estávamos do lado de fora do hospital. — Porque quando eu me tornar o melhor médico desse país, eu demito ela!

Novamente rimos mais ainda, o quê atraiu olhares de várias pessoas.

— Melissa... — me virei, me deparando com o Ruan atrás de mim. Aparentemente puto. — Temos que conversar.

Será que, foi porque ele e o Andrei fizeram aniversário semanas atrás, e eu dei os parabéns apenas para o amigo dele? Será?

Ou porque eu estou ignorando ele, e fingindo que ele não existe?

Não posso estar errada, até porque ele não dá as caras em casa desde o dia que saiu. Então eu não fui atrás porra nenhuma!

— Amiga, vamos ir lanchar em uma lanchonete que tem ali, okay? — Laís apontou para o lugar, e então os três deram um sorriso forçado, logo saindo.

Ele saiu andando pra direção oposta deles, e então eu fui indo atrás. Paramos em uma praça que tinha, onde havia várias crianças brincando no parquinho. Era lindinho ali, tinha até chafariz.

— Vai me ignorar até quando? — perguntou, após termos sentado em um banco, e ficarmos alguns minutos em silêncio.

— Até quando eu perceber que você merece a minha atenção novamente — respondi, calmamente, enquanto olhava a paisagem do ambiente.

— Eu tô ficando doido só de ficar longe de você, porra!

Lentamente virei minha cabeça para encará-lo, e dei um sorriso sarcástico.

— Já trepou e engravidou quantas? — continuei com o olhar sobre ele, mantendo o meu sorriso. — Ah, eu só vou saber disso quando daqui a nove meses a mãe de alguma dessas crianças vier falar comigo!

— Ô filha da puta, eu não fiquei com ninguém não! — segurou em meu rosto, me encarando com ódio no olhar. — Minha sogra que me perdoe! — me soltou, e colocou suas mãos em seu rosto. — Volta pra mim, Melissa, por favor...

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