Capítulo: 59

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Matheus:

— Eu e o seu pai não estamos namorando, Manuella! — a Rebeca afirma isso pela milésima vez, e ela continua nos encarando.

— Então por que se beijaram? — arquea uma sobrancelha.

— Quem disse que a gente se beijou? — a Rebeca retruca de volta, e a Manuella é rápida em dizer:

— Eu vi.

— Você viu coisas! — rebate de volta, e a Manu cruza os braços. — Já te falei que é feio espionar as pessoas!

— Eu não fiz isso de propósito, mamãe — ela diz. — Mas vocês estão namorando ou não?

— Não! — a Rebeca diz, já de saco cheio dela perguntando isso, o que me fez rir. — Matheus, me ajuda aqui, cara!

Ela me olha puta, e eu levanto os meus braços em forma de rendição.

— Sei de nada! — digo, e ela me dá uma cotovelada. — Não estamos namorando, filha.

— Ah, poxa... — a minha pequena garotinha faz um bico, e a Rebeca encara ela perplexa.

— Então você confia mais na palavra dele do que na minha?

— Talvez... — responde baixo.

— Vou comer alguma coisa que eu ganho mais! — se levanta e vai para a cozinha enquanto resmungava.

Começo a rir baixo, e sou acompanhada pela minha filha que estava sentada de frente para mim, e logo se inclina em minha direção.

— Vocês estão namorando, né, papai? — murmura baixinho.

— Sim, só que a sua mãe ainda não sabe também! — respondo no mesmo tom, e lanço uma piscadela pra ela que fica com a boca entreaberta, e dá um sorriso.

— MATHEUS, NÃO FALE ASNEIRAS PRA ELA! — a Rebeca diz um pouco alto lá da cozinha. — MANUELLA, NÃO ESCUTE O QUE ELE DIZ!

A Manu tampa a boca e solta um risinho baixo.

— Segredo nosso, viu? — levanto meu dedo mindinho pra ela, que entrelaça no meu.

— Tá bom, papai... — ela sussurra, e a Rebeca logo aparece com as mãos na cintura.

— Vai lá tomar banho, porquinha!

— Claro, mamãe! — ela se levanta do sofá com um sorrisinho de lado. — Deixa que eu tomo sozinha!

— Eu fico lá com você no banh...

— Não precisa, já tenho quase seis anos e sei tomar banho sozinha sem ninguém pra me olhar! — interrompe a Rebeca, e vai sumindo pelo corredor.

— DEIXA PELO MENOS A PORTA UM POUCO ABERTA!

— OKAY! — responde de lá do banheiro.

A Rebeca nega com a cabeça e volta para a cozinha, ficando de frente para a bancada da pia enquanto preparava um misto quente.

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