Capítulo: 16

264 21 20
                                    

Rebeca:

Eu não consegui me mexer.

Nem falar.

E muito menos respirar.

Eu tinha travado, como se meu corpo tivesse tirado um print.

— Ca... Cadê... Cadê a Lorena? — perguntei nervosa, e ele me encarava sem reação alguma em seu rosto.

Ele não disse nada, apenas deu espaço para que eu entrasse, porém, minhas pernas não se mexiam, e então eu apenas balancei a cabeça devagar.

— Tem como chamar ela pra mim? — pedi, ansiosa. 

Eu não entraria aqui nem a pau!

— Rebeca! Quanto tempo! — ela apareceu atrás dele, como se não me visse há mais de dez anos. — Nem conversamos direito no casamento da Luana e do Andrei.

Ela passou por ele, e então me abraçou, e eu fiz o mesmo, ainda em choque por ele estar aqui.

— E... E então! Qual era a emergência? — perguntei, assim que nos soltamos.

— Ah, não era nada demais! Só queria te ver! — riu sem graça, e rapidamente olhei para o Matheus, que olhava pra ela, com ódio.

Agora entendi tudo...

Mesmo que ela tenha armado isso só pra mim ver o Matheus, eu não consegui ficar com raiva dela.

— Ah, e tem uma coisa que eu quero te dar também! — ela correu lá pra dentro, e novamente ficou apenas nós dois.

— Tem certeza que não quer entrar? — perguntou, quebrando o silêncio constrangedor entre nós, e então eu assenti, sem encará-lo.

Ele entrou, e então eu me encostei no batente da porta, respirando aliviada.

A Lorena logo apareceu com uma sacola em suas mãos, que havia uma marca de loja estampada nela, e então me entregou.

— O que é isso?

— Não é pra você! — piscou, logo sorrindo, e eu fiquei sem entender.

Antes que eu perguntasse para quem era, o Matheus aparece, me fazendo ficar em silêncio.

Eu já vou pra casa, Lorena, avisa aos nossos pais que não deu pra mim esperar eles.

— Eu também já tenho que ir, Lo. Tenho compromisso amanhã, está tarde, e eu vim a pé, já que eu estava aqui perto...

Ela no mesmo momento abriu um sorriso, o que me fez estranhar, achei que ela iria insistir para que eu ficasse mais.

— Então o Matheus pode te levar de carro! — disse, e no mesmo momento arregalei os olhos. — Você não pode voltar sozinha a essa hora.

Não, não, não...

Definitivamente não!

— Vamos — ele passou por mim, indo lá pra fora, e olhei pra Lorena, paralisada.

— Você se prepara, mocinha. Tu ainda me paga.

Não Existe Mais Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora