Capítulo: 24

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Nervosismo.

Era a única palavra que me descrevia naquele momento, principalmente quando eu me virei para encará-lo e ele estava olhando um ponto fixo no chão.

— Então... Quer dizer que eu realmente tenho uma filha? — perguntou baixo, e quando seu olhar se levantou para mim, eu tremi. Eles demonstravam puro ódio e tristeza.

Engoli em seco, e desviei o olhar, o que fez ele se aproximar, e eu dar dois passos para trás.

— RESPONDE, REBECA! — gritou, o que fez eu me assustar e voltar a encarar ele.

— SIM, MATHEUS, VOCÊ REALMENTE TEM UMA FILHA! SERÁ QUE EU NÃO FUI CLARA O BASTANTE? — gritei de volta, e ele passou as mãos pelo rosto.

Eu sei que estou errada, mas nunca que eu vou abaixar a cabeça pra ele!

— Porra... — começou a murmurar várias coisas, as quais eu não conseguia entender. — Por que você nunca me contou isso?

— Porque eu tive medo, Matheus!

— Medo? — riu, sarcasticamente.

— Medo de você não ser tão bom pra ela como não foi pra mim! — disparei, e senti meus olhos queimando pelas lágrimas que queriam descer.

Seu olhar novamente desceu para o chão, e parecia que a ficha dele ainda não havia caído.

Ele ficou em silêncio, e aquilo estava me matando. Eu só queria saber como vai ser agora daqui pra frente...

— Ainda não tô acreditando nisso... — me olhou, mas eu não fiz o mesmo. — Aquela criança é minha filha...

— Eu realmente queria que não fosse... — murmurei, mas o bastante pra ele ouvir.

— Se você não tivesse voltado... Iria me contar sobre isso algum dia? — perguntou baixo, e engoli em seco, encarando a janela, onde mostrava a escuridão.

Não, eu não iria...

Não respondi sua pergunta, e ele já sabia a resposta.

— Já imaginava! Parabéns sua egoísta do caralho! — sua voz estava carregada de mágoa e rancor, e quando o encarei, seus olhos estavam vermelhos.

— POR QUÊ VOCÊ ESTÁ TÃO SURPRESO ASSIM SENDO QUE JÁ DESCONFIAVA?

— PORQUE DEPOIS DE ONTEM EU ACHEI QUE VOCÊ NÃO ESCONDIA NADA DE MIM! — gritou, com lágrimas nos olhos. — Por um segundo, eu confiei em você, mas percebi que você é a mesma imatura de sempre, que liga apenas para os SEUS sentimentos!...

— Ah, ENTÃO EU SOU A IMATURA AQUI? — soltei uma risada, sem humor algum, havia apenas raiva ali. — SE VOCÊ FOSSE MADURO O SUFICIENTE, SABERIA QUE TINHA UMA FILHA!

— Tá querendo dizer o que com isso?

— Ah, não sei... — ironizei, fazendo cara de pensativa. — Talvez se você não tivesse sido um adolescente rebelde que ligasse apenas para SI, que além de tudo era um imbecil e escroto, que não sabia cuidar de si próprio, imagina de uma criança!

— Isso não muda os fatos, e muito menos o que você também fez! Eu poderia ter mudado por ela, tentado de alguma forma ser bom pra ela todos os dias! Mas você não pensou por esse lado, né? — cuspiu, com raiva. — Eu perdi cinco anos da vida da minha filha! — negou com a cabeça. — Você tem noção disso, Rebeca? FORAM CINCO ANOS!

Mordi os lábios fortemente, e com o coração disparado. Ele estava ficando fora de si.

Ele se virou para a parede, e encostou sua cabeça e seus braços lá. 

Não Existe Mais Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora