Capítulo: 32

231 15 12
                                    

Melissa:

Encarei a Luana, ela me encarou, encaramos o médico, e então olhamos pra Rebeca, que estava imóvel.

— Amiga, você tá grávida de quem? — e foi a primeira coisa que eu consegui perguntar, depois de quase cinco minutos em um silêncio constante.

— A criança está bem? — a Luana me deu uma cotovelada para que eu ficasse quieta, enquanto olhava para o médico.

— Sim, está tudo bem! — mexeu em seu computador, e novamente trouxe o olhar para nós duas. — Mas, é bom que ela se cuide, se não pode trazer problemas futuros pra essa gravidez.

Ele disse mais outras coisas, mas na real eu estava boiando ali, assim como a Rebeca, então deixamos as informações para a Luana, que escutava tudo atentamente.

Ele marcou outra consulta pra ela, e então finalmente saímos daquela sala, com a Rebeca andando em nossa frente.

Ela estava aflita, nervosa e inquieta. Então eu e a Luana levamos ela pra sentar na calçada do outro lado da rua, onde havia meio que um quiosque do lado.

Passamos as mãos pelas costas dela, que estava sentada no nosso meio, e ficamos em silêncio, deixando o momento dela.

A mesma ficou com a cabeça baixa, e as mãos no rosto, por quase dez minutos, e nesse tempo a Luana comprou uma garrafinha de água pra ela, que tomou quase tudo.

— Eu juro por Deus que não imaginava que isso iria acontecerl — murmurou, em meio às lágrimas que desciam sem parar.

— Fica calma, e respira fundo! — Luana colocou seu cabelo atrás da orelha, e assim ela fez.

— Como que eu vou contar isso pra ele? — fungou, caindo no choro novamente.

— Ele quem? — perguntamos em uníssono, e ela mordeu os lábios.

— O Matheus.

— QUE? VOCÊ TRANSOU COM ELE? — sem querer acabei gritando, atraindo olhares de todos ao nosso redor.

Só senti um tapa estalado da Luana, me fazendo ficar quieta.

— Foi um dia antes de contar pra ele sobre a Manuella. Basicamente no mesmo dia, já que foi de madrugada — suspirou, encarando o chão. — Foi na praia. E... Acabou rolando.

— Mas vocês não se previniram? — Luana perguntou, e ela negou com a cabeça.

— Na real eu tomei remédio depois. Ele mesmo quem comprou. Mas parece que não fez efeito! — riu, sem humor e ânimo algum. — Porra, quando eu acho que as coisas estão voltando para o lugar, acontece uma coisa dessas.

— É, amiga, acontece, né? — tentei confortar ela, mas acho que não deu certo. — Mas o lado bom. Você é uma ótima mãe! — e ela novamente voltou a chorar.

A Luana me lançou um olhar repreendendo, e eu percebi que não sou muito útil nesses momentos. Eu estava ainda tão chocada quanto ela. A Luana também estava, mas diferente de mim, ela sabia disfarçar.

— Vou contar o quanto antes pra ele... — Rebeca murmurou, baixinho.

— Espera ele sair do hospital, assim dá tempo de você se preparar também — Luana deu a idéia, e ela assentiu, ainda muito desanimada, e com o rosto todo vermelho.

Não Existe Mais Amor Onde histórias criam vida. Descubra agora