Capítulo: 27

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Rebeca:

Ela me olhou com os olhos arregalados, e a boca entreaberta, parecendo não acreditar.

Pude ver um pequeno brilho no fundo dos seus olhos, e um pequeno sorriso brotar em seus lábios.

— Eu sempre soube que vocês eram feitos um para o outro... — segurou em minha mão, e eu nem sabia o que dizer. — Você quer fazer isso por ele?

— Mas é claro, sem pensar duas vezes! — respondi de imediato, e ela sorriu mais ainda.

Sem perder tempo fomos até a recepção, e explicamos lá toda a situação. A recepcionista logo me deu uma ficha para que eu fizesse o meu cadastro com meus dados pessoais e gerais.

Por sorte, quando eu desmaiei quando soube da notícia sobre o Matheus, as meninas pegaram os meus documentos.

Logo após fazer o cadastro, eu fui fazer a triagem clínica, que é uma entrevista que vai avaliar as minhas condições de saúde e os riscos para a pessoa que irá receber o meu sangue.

Eu fui totalmente sincera sobre o meu estado de saúde, mas também disse que eu havia desmaiado algumas horas atrás por conta do nervosismo, e que tinham me dado um analgésico, o que fez a médica me encarar.

— Qual analgésico você tomou?

— Eu não sei — respondi, realmente sem saber qual era.

— Dependendo do analgésico que você tomou, só poderá doar sangue daqui há 15 dias — explicou, de forma cuidadosa, e rapidamente encarei a dona Millena.

— O Matheus não vai aguentar 15 dias... — passou as mãos pelo cabelo, e novamente voltei o olhar para a moça em minha frente.

— Eu posso verificar sua ficha de antes, para ver qual analgésico você tomou — deu um pequeno sorriso reconfortante, e saiu da sala, ficando apenas nós duas.

— Vai dar tudo certo, eu prometo... — apertei a mão dela de leve, que apenas balançou a cabeça.

Se passaram longos minutos de pura tensão e ansiedade, e novamente a médica voltou com um sorriso no rosto.

— Você tomou Dorflex! — disse, e mesmo sem entender, eu senti que isso era coisa boa. — Isso não impede a sua doação de sangue.

Pude sentir o alívio da mãe do Matheus atrás de mim através do seu suspiro, o que me deixou extremamente aliviada também.

— Bom, então vamos agendar a sua doação de sangue para às 13:00h da tarde, pode ser? — perguntou, enquanto fazia anotações.

— Claro, claro.

Ela então me explicou algumas coisas, como ter que dormir pelo menos 6 horas nas últimas 24 horas, não precisar fazer jejum, e comer apenas alimentos leves e me hidratar, entre outras explicações.

Ela fez uma pequena coleta do meu sangue, e logo após saímos daquela sala, parando em um corredor. Fui pega de surpresa assim que ela me abraçou fortemente.

— Muito obrigado pelo o que você está fazendo pelo o meu filho... — sussurrou, e passei meus braços em sua volta.

— É o mínimo que eu posso fazer.

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