Capítulo: 23

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Nunca, nunca, nunca, eu imaginei que me arrependeria tanto por uma transa, sinceramente...

Não por ter sido ruim, pelo contrário, foi maravilhoso e perfeito em todos os sentidos. Nós dois apenas não deveríamos ter feito isso, e no calor do momento, eu acabei deixando rolar!

Depois de ficarmos um tempo lá, voltamos pra cá, em silêncio, e quando chegamos, por volta das quatro e pouca ou cinco horas, cada um foi para o seu quarto.

Nesse período eu não consegui dormir, porque percebi que além de não termos conversado, acabamos transando sem mais e sem menos.

Agora já era nove e pouca da manhã, fui basicamente a primeira a acordar, e eu estava sentada na mesma cadeira dessa madrugada, sem saber o que fazer, arrependida, e com uma dor de cabeça do caralho.

Direcionei o meu olhar para o portão da rua, assim que ele foi aberto pelo Matheus, que entrou, e veio até mim, esticando o braço com uma sacola na mão.

Peguei a mesma de sua mão sem encará-lo, e lá estava a pílula do dia seguinte.

Enfiei na boca, e engoli com a ajuda da água que estava ao meu lado, ficando em silêncio, e voltando o olhar pra piscina.

— Não vai dizer nada?

Sim, essa tinha sido a primeira frase dele desde o momento que ele perguntou se podia me beijar na noite passada.

Acho que tanto ele quanto eu, estávamos pensativos sobre isso. Era estranho.

— O quê quer que eu diga?

— Sei lá, pô! Não quer conversar sobre essa madrugada? — perguntou, e ainda sem olhá-lo, eu neguei com a cabeça. — Então...

— Não deveríamos ter feito isso, Matheus, eu tô arrependida! — cortei o mesmo. — Foi um erro...

— Foi?

— Foi! — falei, sem mais delongas e total sinceridade.

Mesmo com o olhar sobre a piscina, eu percebi que ele apenas balançou a cabeça e parou de me olhar.

— Infelizmente tenho que concordar contigo, nem sei onde eu estava com a cabeça. Realmente foi um erro, Rebeca...

Ele saiu, e eu finalmente o olhei indo lá pra dentro. 

Eu tento consertar as coisas e só consigo piorar a porra toda!

Suspirei e encostei a cabeça na cadeira, colocando as mãos no rosto.

Por que as coisas são tão complicadas pra mim?

● ● ●

— Aí, gente, eu não sei... — Mel choramingou, depois de ter vomitado pela terceira vez hoje.

— Meu bem, se você não sabe se comeu algo que te fez mal, pode ter sido o almoço que não caiu bem — Alisson a olhou, de forma preocupada, assim como eu e as meninas.

— Eu não consigo ver vômito na minha frente, depois eu volto — Laís saiu com a mão na boca.

— Desculpa, amiga, mas eu também não... — Nathália foi logo atrás dela, e rimos baixinho.

— Vou preparar alguma coisa pra você comer, que possa segurar no seu estômago — Alisson piscou pra ela, que lançou um sorrisinho de agradecimento.

Olhei pra ela, e passei a mão por seus cabelos, fazendo a mesma encostar a cabeça na parede e fechar os olhos.

— Como você está? — Luana perguntou, e ainda sem abrir os olhos, ela respondeu:

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