Uma dupla de garotas cantoras talentosas acaba encontrando seu declínio quando uma apresentação não sai como o planejado e acaba atraindo uma onda de hate incontrolável para cima das garotas. Passando por um disband, elas são obrigadas a se esconder...
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Eu me lembrava claramente da primeira vez que aquilo tudo havia acontecido. Foi apenas uma dia depois da nossa apresentação polêmica e estávamos felizes por ter tido coragem de falar o que passamos nos bastidores de cada treinamento e show desde que ocorreu nosso debut. Ainda não sabíamos das críticas, estavam tentando nos fazer de cegas mas, quando a verdade chegou até mim, eu a senti na minha pele. Eu senti no fundo do meu coração com todos os olhares negativos e comentários nem um pouco discretos, eu senti quando vi milhares de jornais dizendo quem eu era e o quão má cantora eu era. Dizendo que meu peso não ideal, que com minha voz e aparência, simplesmente não passava de um baleia que queria ser uma estrela, daí veio o baleia estelar.
Tive que suportar semanas de pessoas gritando inúmeras coisas horrorosas para mim, tive que suportar ovos sempre sendo jogados em mim, o jeito que alguém sempre dava sumir com minha bolsa escolar. E também o jeito que aquilo também pareceu respingar em todas as pessoas próximas a mim, não demorou muito para que as críticas também caíssem em Bokuto que acabava de conquistar um lugar no pódio dos melhores Aces do país e a pressão piorasse ainda mais nos ombros de Akaashi nos jogos.
Eu queria só dizer a todos que a forma que me obrigavam a vestir roupas cada vez mais curtas para performar músicas dançantes demais não era normal, que a forma que alguns coreógrafos tocavam no meu corpo não era normal e que o jeito que a empresa fechava os olhos para o que acontecia comigo e com as outras idol não era normal.
Queria só dizer a verdade, mas de repente, todos começaram a me julgar por ter tido coragem de falar a verdade, como se eu tivesse culpa de todo o assédio e abusos psicológicos. E eu nunca vou entender o motivo.
Respirei fundo. A fina dor dos arranhados em meus cotovelos e joelhos não incomodavam tanto assim, mas não chegavam nem perto da minha vontade de simplesmente desaparecer. Eu tenho só dezoito, não sei muito do mundo mas sei o quanto ele pode ser cruel, principalmente com quem tenta ir contra ele.
Isso pode me tornar covarde mas, não quis ir para a escola nessa segunda. Asuna entendeu, mesmo que parecesse discordar um pouco, ela havia dito que se deixasse isso me afetar, eles estariam vencendo. Bom, Asuna não pode ter percebido, mas eles já venceram e isso podia muito bem ser visto no jeito que quase me desfiz em lágrimas só para levantar da cama.
─ Hum, com licença...─ Uma voz masculina me chamou e de forma inconsciente, me encolhi quando senti um toque em meu ombro. Lentamente, ergui a cabeça, só para piscar os olhos, me sentindo um pouco cega depois de ver um sorriso enorme acompanhado de olhos castanhos adoráveis.
─ Acho que já acabou.─ Seu sorriso pareceu crescer quando apontou para algo ao meu lado.
Ele era alto, tipo, muito alto. Com certeza, joga vôlei, todo mundo que é alto nessa cidade joga vôlei. Aquele garoto tinha um sorriso gentil e iluminado, daqueles que só vê no cinema nos filmes de clichê adolescente. Na verdade, olhando melhor agora, ele é literalmente o cara gato e super popular dos colégios americanos. Um japonês que deveria ser estadunidense, é isso que ele é.
