Fallen Stars • Haikyuu

⋆ཻུ✧ NINETY THREE་༘࿐

— O seu namorado é bem bonito.— Soltou minha mãe, cruzando os braços e inclinando-se levemente para frente em uma posição bem parecida com a do Bokuto. Pisquei os olhos, encolhendo os ombros e simplesmente desejando me jogar de alguma ponte. Akaashi pareceu entender o que se passava por meus pensamentos quando segurou meu ombro, dando um aperto encorajador e um sorriso suave. Mas, aquilo serviu de nada no instante que a mulher de cabelos longos virou-se e afirmou:

— Você tem um bom gosto, filha.

Ah, não, aquilo não. Sem dizer mais nada, simplesmente dei as costar para os três, começando a andar na direção de Asuna que franziu levemente o cenho ao me ver, chegando a soltar uma risada quando com certeza viu minha enorme vontade de simplesmente morrer, porém meus passos se cessaram no instante que fitei uma figura pequena a poucos passos de mim. A garota mantinha as mãos escondidas dentro da jaqueta vermelha com detalhes em preto, mas continuava igual. Contive minha vontade de torcer o nariz conforme passava por ela, só que foi impossível fazer aquilo quando notei seus olhos afiados me fitarem com aquela malícia beirando o irritante. Raposa desgraçada...

A garota baixinha pareceu ler meus pensamentos pela forma que riu, balançando a cabeça em negação e retornando a observar o jogo da Inarizaki contra Karasuno. 

— Quem é aquela?— Perguntou Asuna. Eu não a respondi, cruzando os braços ao lado de Kuroo que não deixou de sorrir e me empurrar com o quadril pro lado. Devo ter acabado rindo quando me virei, acertando um tapa em seu peito.

— Não é a líbero do Inarizaki?— Disse Yaku, parecendo curioso.— Aquela que ganhou o prêmio de melhor líbero no fundamental?

— Heather Chandler.—  Murmurei, atraindo todos os olhares para mim.— Izanagi Tsuchiya é uma versão pior da Heather Chandler.

Asuna estalou a língua, piscando os olhos.

— Bom, pelo menos, é bonita.— Falou, risonha. Kuroo riu também, balançando a cabeça em negação, assim como Yaku e eu.

— Seu namorado é um bom garoto.— Falou ela, com zero fundamento Como ela conseguia saber se alguém é uma pessoa ruim ou boa só pela forma que ela joga vôlei? Não proferi nenhuma de minhas dúvidas, apenas continuei sentada no piso com as costas encostadas na parede, apenas esperando que algum dos garotos ou meu pai aparecesse após o fim da partida.

— O time não seria muita coisa sem ele.— Continuou minha mãe. Franzi o cenho para ela, ainda sem dizer nada. A mulher se virou para mim, fitando meu rosto com o nariz torcido em desgosto. Chiei quando ela acertou um tapa no meu ombro.— Fale alguma coisa, Yeji Im!

Encolhi os ombros. 

— Mãe, eu sei que Daichi é maravilhoso, mas você não precisa ficar falando isso toda a hora.

— E eu não posso, por quê?— Ela ergueu uma sobrancelha, afundando um cotovelo nas minhas costelas, me fazendo chiar.— Eu falava isso direto do Kita e você não se importava.

Revirei os olhos, lançando um olhar para a entrada do corredor, levando o bolinho para minha boca, dando uma mordida grande nele, só para não ter a obrigação de respondê-la. Eu amava minha mãe com todo meu coração, mas haviam coisas que ela não entenderia nem mesmo se eu dedicasse horas para explicá-la, o que aconteceu quando deixei claro meu desejo de terminar com Shinsuke e até agora, ela não entendia o motivo pelo qual terminamos tão repentinamente. 

— Yeji-san!— Um sorriso adornou meu rosto no instante que vi Hinata saltitando, animado ao lado de Kageyama que não hesitou em chutar as pernas do garoto, quase fazendo-o cair. Minha mãe soltou uma risada e me ajudou a levantar. Não demorou muito para eu estar abraçada ao garoto ruivo, beijando suas bochechas, parabenizando-o por isso, antes de repetir a mesma coisa com Kageyama, sorrindo ao perceber que suas bochechas haviam ficado um pouco vermelhas. 

— Oh, é a dupla maravilha!—  Exclamou minha mãe, sorrindo. Ela não pareceu incomodada em abraçar os dois garotos com força e cheia de animação, como se não passasse de uma parente distante. Ri das faces vermelhas dos garotos que não demoraram a se curvar em respeito diante da mulher após a revelação que ela era minha mãe, um pouco inconveniente e completamente amável.

— Vocês dois vão ser estrelas igual ao Tmusu.— Pisquei os olhos, um pouco confusa com sua fala e notei que a dupla de primeiranistas também se encontravam no mesmo estado. 

— Mãe, quem diabos é Tmusu?—  Soltei. A mulher pareceu surpresa por um momento mas logo ergueu um sorriso iluminado que me fez questionar se ela não tinha enchido a cara na noite anterior para estar daquele jeito. 

— Ah, você ainda não conhece o Tmusu?—  Ela gesticulou para o nada.— Ele é adorável, vai amar ele, um garoto de ouro, talvez um pouco complicado mas ele é um bom menino e é isso que importa e... Aquele não é o seu namorado?

Rapidamente, me virei e lá estava ele. Dava pra ver que haviam gotículas de suor escorrendo por sua tez, algo normal depois de tanto tempo se movimentando em busca da vitória. Ele sorria para Suga e Asuna, achando graça de algum comentário idiota daqueles dois, não demorou muito para que seu olhar se encontrasse com o meu. Ergui uma mão, acenando levemente para Daichi que soltou uma risada antes de simplesmente correr na minha direção. Soltei uma risada no momento que seus lábios se encontraram com os meus.

—  Você está fedendo, idiota.—  Sussurrei. E seus olhos castanhas pareceram ganhar certo brilho quando riu, inclinando levemente a cabeça para trás.

— E você tá me abraçando, estrelinha.— Disse em resposta, depositando mais um beijo nas minhas bochechas e ele, de repente, se congelou. Franzindo o cenho, acompanhei seu olhar, vendo que o garoto estava fitando minha mãe que sorria de jeito malicioso.

Acabei rindo da cena mas também congelei no exato momento que pus meus olhos em Kita que nos observava com um leve sorriso.

— Isso vai ser muito bom.—  Falou Asuna em algum lugar atrás de mim, provavelmente para Suga e eu quis socá-la, pois sabia muito bem que não importasse o que acontecesse, eu iria querer muito me jogar de alguma ponte.