Uma dupla de garotas cantoras talentosas acaba encontrando seu declínio quando uma apresentação não sai como o planejado e acaba atraindo uma onda de hate incontrolável para cima das garotas. Passando por um disband, elas são obrigadas a se esconder...
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As coisas entre Sugawara e eu estavam estranhas, e sei que isso é culpa minha. Mas depois de tudo o que sconteceu comigo, meu medo de acabar perdendo as pessoas que eu amo por conta das minhas próprias decisões acabou me consumindo por completo. Mesmo sabendo que não é assim que as coisas funcionam, eu sentia que devia estar sempre agradando os outros. Afinal, se eu fizesse tudo o que quisessem, ninguém me deixaria, certo? Eu não teria que sofrer de novo por perder pessoas que gosto por não ser quem elas achavam que eu era e...
Respirei fundo, passando as mãos pelo meu cabelo, tentando colocar meus pensamentos de volta no lugar. Eu tinha conversado com Sugawara ontem, mas não tinha sido o suficiente... Não tinha sido o suficiente e eu sabia que tinha errado com ele.
Bati na porta três vezes, sabendo que estar ali era a coisa mais certa que eu poderia fazer. Sugawara não demorou para abrir, piscando os olhos surpreso quando me viu parada ali.
-Oi. Posso entrar?- foi a única coisa que consegui pensar em dizer, e ele assentiu, abrindo mais a porta para que eu pudesse passar.
Ficamos em silêncio até eu estar sentada na cama de Sugawara e ele apoiado contra a cômoda na frente, me fitando, esperando que eu começasse a falar.
Suspirei, levando as mãos até o cabelo e bagunçando de leve. Tudo bem, eu apenas precisava manter a calma e fazer o que vim fazer. Que é me resolver com o meu namorado.
-Me desculpa, Sugawara. - falei com sinceridade, erguendo a cabeça para fitar os olhos dele. Sugawara não disse nada, o que estava me deixando ainda mais tensa com toda essa situação de merda entre nós. -Eu só... Não sabia como te falar isso. E eu não queria te arrastar para todos os meus problemas. Eu sei que deveria ter falado com você antes.
-Pelo menos você podia ter me contado que passou nessa faculdade, né. - Sugawara disse com um suspiro e eu fiz uma careta. -Asuna, você é minha namorada. Deveria saber que eu ia ficar feliz por você, independente de qualquer coisa.
-Mas eu sei disso. - falei, tentando fazer com que minha voz não saísse tão chorosa assim. E falhei miseravelmente. -É que eu só...
Respirei fundo, fitando minhas mãos que estavam pousadas no meu colo. Como eu falaria a verdade para ele? Que eu não sabia como me relacionar com uma pessoa sem esperar a pior reação possível porque era assim que as coisas funcionavam com a Rin? E sei que Sugawara não é e nunca vai ser ela, mas tem certas coisas que... Por mais que a gente queira, é difícil de simplesmente esquecer e deixar para lá. E todas as pequenas coisinhas que Rin fez e realmente deixaram cicatrizes que às vezes são tão difíceis de suportar. O que era uma bela de uma merda, porque Sugawara não merecia uma namorada tão problemática quanto eu.
Levei as mãos até meu rosto, fechando os olhos e tentando controlar as lágrimas que ameaçaram cair por um instante. Respirei fundo uma vez, duas.
-Me desculpa não ter falado nada e ter fugido de novo, Suga. Eu realmente sinto muito. E... Você merecia uma namorada melhor que eu.
Eu sabia que estava sendo egoísta arrastando Sugawara para esse buraco de problemas que eu sou, problemas que eu nem sei como resolver e que resolvem dar as caras nos momentos que eu acho que superei e que está tudo bem. Apenas para me mostrar que, não. Certas coisas eu jamais vou ser capaz de esquecer.
Senti as mãos de Sugawara na minha, as puxando para baixo. Nem tinha escutado ele se aproximar; Sugawara se ajoelhou na minha frente para fitar meus olhos seriamente.
-Asuna, você precisa entender que eu não me importo que você seja do jeito que você é, até porque, me apaixonei por você assim. E sei por tudo o que você passou e ainda passa. Eu seria uma namorado de merda se ignorasse tudo isso. - ele falou, deslizando uma mão pelo meu rosto e acariciando minha bochecha de leve. -E não é porque você vai estudar em outro país que eu vou deixar de te amar, sabia?
Por um tempo, apenas pisquei os olhos enquanto entendia exatamente o que Sugawara tinha acabado de falar. Foi como se meu coração tivesse parado de bater no peito por um segundo.
Meus olhos encheram de lágrimas, mesmo eu tentando não fazer isso. Que droga! Porque fiquei tão emotiva assim? Inferno!
Mas ninguém nunca tinha me dito isso antes. Com tanta sinceridade. Ninguém nunca quis ficar comigo independente de qualquer coisa...
-Porque você tá chorando?- Sugawara perguntou, desesperado, se levantando e arregalando os olhos.
-Porque, primeiro, eu achei que você ia terminar comigo. - falei, passando a mão pelo rosto e fungando. -E, segundo, você me ama?
Sugawara pareceu perplexo por um instante antes de sentar do meu lado, segurando minha mão com força na dele.
-Claro que eu te amo, Asuna. E porque eu terminaria com você?- ele disse, confuso e eu pisquei os olhos.
"Se você passar nessa faculdade, a gente não vai mais conseguir ficar juntas, Asuna. Relacionamento a distância não dá certo nunca".
Sugawara não era Rin; ele me provou isso de milhares de formas diferentes. Ele não era e nunca seria como ela, e isso era o que importava.
Segurei o rosto dele em minhas mãos, encostando minha testa na de Suga por um instante, fechando meus olhos, sentindo a respiração quente dele contra meu rosto.
-Eu também amo você, sabia?- eu falei, acariciando de leve a bochecha dele. -Você é bom demais pra mim, Suga, de verdade. Eu realmente tenho sorte de ser sua namorada.
Sugawara pareceu bem inclinado a retrucar, mas não o deixei falar nada antes de grudar minha boca na dele, me inclinando para me sentar no seu colo, passando as pernas ao redor da cintura dele.
Suga suspirou quando afundei os dedos no cabelo dele e suas mãos agarraram minha cintura, me puxando para mais perto de si enquanto aprofundava aquele beijo, sua língua deslizando com calma pela minha.
E foi aí que eu entendi; entendi que, em um relacionamento, as duas partes precisam dar algo de si. Se aprnas um lado faz isso, não é o suficiente. E com Sugawara, eu conseguia entender o que era ser amada de verdade, o que era significar de verdade par alguém.
E eu o amava, o amava por me mostrar que eu podia ser quem eu era, que eu podia seguir a vida da forma que eu quisesse, porque ele sempre estaria ao meu lado. E isso era tudo o que realmente importava para mim.
