— Tooru, é a última vez que vou falar com você.— Falei em alto e bom tom, balançando a camisa pequena em minhas mãos para tirar qualquer resquício de poeira, antes de começar a ajudar Hoshi a vestir o tecido, mesmo que o garoto parecesse descontente mas pelo menos um dos dois tinha que ser uma peste que tinha noção do perigo.— Tooru, venha se arrumar ou você vai estar de castigo! Uma semana sem vôlei pra você!
Apenas aguardei, depositando um beijo na testa Hoshi que rapidamente foi calçar seus sapatos enquanto o som de pequenos pés correndo pelos corredores da casa. Não demorou para que uma criança de cabelos castanhos e olhos inteligentes demais que lembravam os meus aparecesse no meu campo de visão. Era um inferno que ele fosse meu filho e o Daichi, mas fosse praticamente igual ao imbecil que originou seu nome em questão de personalidade.
— Tá sem vôlei por uma semana.— Soltei e abri um sorriso ao ver ele abrir a boca, indignado.
— Mas, mamãe, eu vim!— Ele disse quando me aproximei da beirada da cama, pegando uma camiseta e a balançando conforme o menino chegava perto com os braços erguidos, já pronto para que eu colocasse o tecido nele.
— Na décima vez que eu chamei.— Chiei, cutucando o espaço entre suas sobrancelhas com a ponta do dedo fazendo-o torcer o rosto em uma careta infantil.— Agora, vai colocar seus sapatos, seu pai já deve tá voltando com o lanche de vocês e de Mei.
O garoto balançou a cabeça, cabisbaixo, claramente triste por ficar uma semana sem fazer o que mais gostava ultimamente. Sinceramente, não sei se fico feliz ou irritada por Bokuto ter sido capaz de fazer Tooru se tornar um idiota por vôlei em uma única tarde. Foi só quatro horas e agora meu filho faz parte de um time junior, Little Falcons, como levantador sob influência de Oikawa e Kageyama que não pararam de tentar fazê-lo ser levantador até que Tooru, de fato, se tornasse um. Suspirei, lançando um olhar para os gêmeos. Eles eram iguais, não tinham uma vírgula de diferença, os mesmos cabelos castanhos herdados de Daichi e olhos cinzentos herdados de mim. Tão iguais que eu me considerava louca por ser a única que conseguia diferenciá-los desde sempre, talvez fosse coisa de mãe.
— Como você consegue arrumar eles tão rápidos?— Falou meu marido, piscando os olhos e franzindo as sobrancelhas, assim que se apoiou no batente da porta.
— Papai!— Gritou Hoshi fazendo menção de correr na direção do policial, mas sendo impedido de o fazer quando foi empurrado pro lado por Tooru que claramente tinha a intenção de se tornar o primeiro a abraçar o mais velho, sem esperar que Hoshi retribuísse o empurrão.
Suspirei mais uma vez, observando a cena, esfregando a ponta dos meus dedos na minha testa, sem ter paciência pra lidar com aqueles dois garotos que facilmente poderiam ser chamados da nova geração dos "irmãos Miya".
— Sou a mãe deles, idiota, por isso que consigo arrumá-los rápido.— Meu marido riu, se inclinando para depositar um beijo nos meus fios antes de se virar pros meninos, tentando separá-los, mas eles continuavam puxando o cabelo um do outro, se chutando com força.
Sério, Deus, o que fiz para merecer esses dois meninos caóticos?
Quando me falaram que eu iria ter filhos gêmeos, não fiquei nem um pouco realizada, pois eu sabia o inferno que seria quando eles nascessem, pois conheci Osamu e Atsumu, então já estava claro que eu não teria paz pelo resto da minha vida. Gritei com Atsumu, depois que recebi a notícia, porque esse idiota foi quem soltou que seria muito bom se eu tivesse gêmeos. Mesmo todo mundo tentando dizer que não tinha como Tooru e Hoshi ser iguais a Osamu e Atsumu, só que eles estavam errados e meus filhos foram os responsáveis por destruir a mesa do bolo do casamento da Asuna e Sugawara, é eles que eram capazes de quebrar boa parte da mobília da nossa casa em cinco segundos se tirarmos a atenção deles. Eu os amava com todo o coração, mas, todo o estresse que eles me causavam estava começando a fazer com que alguns fios de meus cabelos se tornassem brancos.
— Tooru, continue fazendo isso e eu vou esfregar sua cara no chão!— Gritei, me virando para Hoshi que congelou quando percebeu que eu o olhava.— E ou você aí para com isso ou eu faço você parar, Hoshi Sawamura.
Estiquei minhas mãos para frente em uma ordem silenciosa que viessem para perto, e não demorou para que palmas infantis estivessem segurando meus dedos. Respirei fundo, começando a puxá-los levemente para que me seguissem pelos corredores já cheios de pessoas animadas para o jogo dos Adlers e dos Jackals. Por algum milagre, bastou alguns passos para que Tooru estivesse gritando animado ao lado de Hoshi por terem visto Osamu e lá estávamos nós, esperando que o de cabelos pintados de um tom cinza mais escuro.
— Pensei que não viria, senpai.— Soltou o Miya, preparando seus famosos onigiri. Me ocupei em puxar meus meninos para perto, sabendo que eles facilmente escapariam se eu desse algum vacilo.— Você não ia viajar pro Califórnia?
— Sim, preciso resolver algumas coisas da filial lá e, bom, os meninos querem ver Iwa-chan.— Penteei meus cabelos para trás, me agachando levemente no chão para passar uma mão pelo tecido escuro da versão infantil da camisa dos Jackals de Hoshi para tirar alguns amassados enquanto mantinha minha atenção em Tooru que admirava tudo ao seu redor com um sorriso enorme de animação.— Deveria ir comigo, afinal o negócio é seu.
— Pra que sair do Japão se minha sócia pode fazer tudo para mim?— Pisquei os olhos e uma risada incrédula escapou dos meus lábios ao perceber que Osamu era um maldito igual ao irmão dele, mesmo que fingisse muito bem que não era.
— Continue com isso e vai acabar sem sócia, Osamu Miya.
Ele riu. Suspirei, sentindo meu celular vibrar no bolso da minha calça e também soltei uma risada no momento que vi Daichi mandar um vídeo de Asuna, Asahi e Suga trocando socos brincalhões. O tempo passa e nenhum de nós parecia ter mudado tanto...
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Fallen Stars • Haikyuu
FanfictionUma dupla de garotas cantoras talentosas acaba encontrando seu declínio quando uma apresentação não sai como o planejado e acaba atraindo uma onda de hate incontrolável para cima das garotas. Passando por um disband, elas são obrigadas a se esconder...