Assim que fechou a porta atras de si e passou a chave, Eda se jogou na cama sentindo as lágrimas lhe queimarem o rosto.
Sabia que estava se comportando igual a uma adolescente mimada, mas dane-se. Que fosse uma adolescente mimada então.
Tudo o que ela tentou fazer foi ajudar, não pensou que por miseras flores ele faria tudo aquilo. Afinal eram apenas flores.
Enterrou a cabeça no travesseiro fazendo assim com que os soluços saíssem abafados e baixos.
Como ele havia conseguido mudar tanto de uma noite para outra ?
Na noite passada, era gentil, engraçado e alegre, porem hoje estava mais para idiota, idiota e idiota.
Porem ela tinha entendido. A casa era dele. Quem mandava era ele, e ela não se metia nos assuntos dele.
Era tudo culpa de Ceren. Como ela conviveria com ele durante seis meses se logo no primeiro dia já haviam brigado?
Um “toc – toc” - foi ouvido na direção da porta e ela rapidamente secou os lagrimas.
- Eda, venha vamos jantar.
Aquilo não era um pedido, e sim um ordem.
- Eu já jantei Serkan. Obrigado pela sua preocupação. - ela disse irônica
- Não minta, você não jantou.
- Jantei sim. - ela rebateu orgulhosa
- Escute, - ele disse sem paciência – se você não descer em dois minutos, não te esperarei para comer.
- Ótimo, não espere. - ela disse brava
Ele pronunciou um palavrão alto.
- Tudo bem, deixe as flores. - ele disse por fim com voz baixa
- O que você disse ? - ela perguntou se sentando na cama
- Disse para deixar a droga das flores.
- Sério ? - perguntou já de pé junto a porta
- É, deixe as flores. A casa também é sua agora, só me de um tempo para me acostumar com isso. - ele suspirou – Eu vou tomar um banho. Assim você tem tempo para descer e jantar lá em baixo, depois eu como alguma coisa.
Barulhos de passos sumindo no corredor foram ouvidos e finalmente o barulho de uma porta batendo soou.
Eda ainda estava atônica. Tinha ouvido mesmo aquilo ?
Deus, que homem bipolar !
Ela se jogou na cama pensando.
Por um lado ele tinha razão por ter ficado bravo. Ela não havia pedido para ele. E se ele fosse alérgico ? Oh era isso, claro, era alérgico.
Como ela não tinha pensado nisso.
Ela gemeu com a consciência pesada.
Talvez se jantassem juntos, o clima poderia ficar melhor... ou pior, tanto faz. Pior do que estava não iria ficar mesmo.
Era apenas o primeiro de muitos dias que teria que passar na companhia dele. Tinha que se acostumar com o maldito frio na bariga.
Afinal, era apenas Serkan. Um outro homem rico qualquer...