Ela não sabia que ele sentia tanta falta assim da família, e a repentina confissão a pegou de surpresa.
Serkan havia deixado claro que queria uma família, porém ao invés disso ele estava casado com uma mulher que ele pouco conhecia e que tão pouco amava.
Que tipo de pessoa afinal ela havia se tornado ? Além de se casar apenas pelo dinheiro ainda criava ilusões nele … e em si mesma.
- Ai. - ele reclamou quando ela lhe apertou com força os ombros.
- Desculpe. - ela sussurrou com a voz semi cortada
Ele rapidamente ergueu a cabeça para encará-la, e seu coração se acelerou - O que houve ? - ele quis saber – Eu disse algo errado ? Porque esta chorando ?
A morena secou os olhos rapidamente com as “costas” das mãos, antes que estes transbordassem e foi logo falando ;
- Eu não estou chorando. - disse limpando a garganta e tentando sorrir – E não se preocupe, você não disse nada de mais. Me deixe terminar a massagem. - ela pediu
- Tem certeza que esta bem ? - ela assentiu depressa.
- Agora relaxe Serkan, do contrario não poderei te ajudar. - ele disse com a voz mais firme.
Contrariado, Serkan voltou a deitar a cabeça sobre o travesseiro, enquanto as pequenas mãos voltavam a lhe apertar gentilmente.
Eda era mesmo uma figura. - pensou ele consigo mesmo.
As pequenas mãos continuaram a massagem, e ele suspirando agradecia pelas dores que começavam a passar.
Ela colocou mais óleo em suas costas, e o conteúdo gelado fez com que ele se arrepiasse sob a palma da mão dela.
- Então … onde você foi com a Ceren aquele dia ?
Ele não a estava olhando, mas tinha certeza que ela estava sorrindo.
E estava mesmo.
- Com ciúmes ? - ela provocou
- Curioso. - ele a corrigiu
- A curiosidade matou o gato.
- Você esta me chamando de gato, ou apenas dizendo um ditado popular ?
Ela soltou uma pequena risadinha.
- Os dois … talvez.- ela acrescentou pausadamente
O sorriso dele cresceu.
Ela era tão espontânea, que era impossível adivinhar o que viria depois.
- Oown … - ele gemeu aliviado quando ela lhe massageou os ombros novamente – você é boa nisso … é realmente boa.
Ela não respondeu, estava prestando atenção de mais em um pequeno pedaço de papel em cima da mesinha de Serkan, que por coincidência estava ao lado do frasco de óleo.
- Quem tem a voz aguda de mais ? - ela perguntou parecendo brava
- Que ? - ele perguntou sem levantar a cabeça
- Presunçosa ? - ela disse atônica parando a massagem de repente
- Do que você .. ? - ele se interrompeu de falar para erguer a cabeça e fitá-la.
Ela olhava com uma mistura de brava e curiosa para “a lista“. Ele riu e se explicou antes que ela realmente ficasse brava.
- Eu sempre faço uma lista das qualidades de meus funcionários quando os contratos. - ele esclareceu
- E posso saber de quem é essa lista ? - ela perguntou parecendo aceitar
- Da Benu. - admitiu
Não tinha motivos para mentir... Pelos menos não para Eda.
Parecendo satisfeita e a ponto de rir ela deu de ombros.
- Huun … - disse tentado não demonstrar interesse – Vire-se. - ela mandou
Sem pestaneja Serkan o fez, ficando, agora, de barriga para cima e colocando novamente as mãos atras da cabeça.
Pegando novamente o frasco de óleo, ela despejou um pouco sobre o peito de Serkan, que pelo menos agora não havia deixado descoberto suas partes intimas.
- E então … - ela o imitou – eu tenho uma dessas? - ela perguntou antes de espalhar o óleo pelo definido abdômen.
- Uma dessas oque ? - ele perguntou bobo hipnotizado pelo contato e pelos olhos grandes e brilhantes que o encaravam.
- Você sabe. - ela sorriu sedutora – Uma lista. Afinal, já fui sua funcionária.