-Não mãe, eu estou bem. - mentiu mantendo um sorriso no rosto - Não se preocupe comigo, pense somente na sua recuperação.
- Oh, diabos! - sua mãe praguejou – Você parece o seu pai, acha que não falando sobre as coisas, vai conseguir simplesmente esquecer delas e agir como se não existissem.
- Mãe … - Eda disse junto com um longo suspiro
- Nada de “mãe” Eda Yildiz. - ela disse com aquele olhar de mãe – Escute... - Eda a interrompeu
- Veja mãe, hora do remédio. - ela arregalou os olhos e disse contrariada
- Sua bruxa!
Eda apenas riu, começando a preparar as medidas certas de medicação.
Os dias passaram voando. O trabalho que Eda vinha fazendo no campo a tirava da monotonia por algumas horas. Mas quando deitava em sua cama, sua cabeça mergulhava num turbilhão de lembranças e recordações que ela mesmo já havia aceitado impossível de esquecer.
- Eda? - seu pai gritou descendo da caminhonete – Carta pra você. - ele disse balando o envelope no ar.
Limpando as mãos na camiseta velha, ela correu na direção do pai e lhe pegou a carta. Sem se importar com o envelope, ela o rasgou se sentou-se debaixo de uma arvore qualquer começando a ler. Ceren contava animada da ecografia e descrevia com detalhes o que a medica havia lhe dito. Dizia que ainda não sabia o sexo da criança e que Engin e ela estavam cada vez mais felizes. Pela primeira vez, ela não havia escrito nada sobre Serkan. Absolutamente nada... Nem ao que se referia ao divórcio.
Eda suspirou. Afinal, porque ela estava tão desapontada?! Era lógico que Serkan já havia esquecido dela há muito tempo. Talvez, estivesse até saindo com Beren. Não importava o problema não era dela. Ela estava exatamente onde queria estar... Na sua casa.
Guardou a carta no bolso de trás das calças jeans sujas, e foi em direção a casa. Mais tarde responderia...
Assim que entrou em casa pode ouvir o telefone tocando, correu para junto do aparelho, e atendeu com a voz mais limpa que pode:
- Alô?
A única resposta que teve foi o silencio do outro lado da linha.