- Olha aqui você. - ela disse apontando o dedo no rosto dele – O que eu fiz ontem foi simplesmente me preocupar com você, era só ter me respondido aonde tinha ido.
- Eu não lhe devo satisfações. - ele a lembrou
- Ótimo, porque eu também não lhe devo, não é ótimo ? - ela zombou
- Sim, é ótimo.
- Então agora solte o meu pulso. - ela mandou.
Ele não a soltou e se crucificou por isso. Nas suas veias corria alegria e raiva ao mesmo tempo.
Alegria por tê-la de volta ao alcance da sua mão, e raiva pela mentira da “suposta”noite que ela tivera.
Ele a aconhecia suficientemente bem para saber que ela não seria capaz disso, então porque estaria fazendo toda aquela cena ?
Isso era apenas mais uma das perguntas sobre Eda que ele simplesmente não sabia responder. Talvez fosse por isso que ele não queria soltá-la … ele queria a resposta nem que fosse somente para essa pergunta.
- Vai me soltar ou pretende ficar segurando o meu braço para o resto da vida ? …
- Talvez eu faça isso … - ele disse agora mais calmo respirando ofegante
Ela engoliu em seco e desviou o olhar do dele, voltou a puxar o braço, ainda sem sucesso algum.
- Serkan me solte ! - ela falou mais uma vez começando a ficar brava
Ele continuou com a mão de aço firme ao redor do seu pulso. Aquilo já estava ficando patético.
- Me solte ! - ela gritou ao mesmo tempo que começou a estapeá-lo com a mão livre.
Serkan em um movimento rápido prendeu seu outro pulso e a puxou para si, impossibilitando-a de escapar.
- Me solte. - seu pedido saiu o mínimo de vontade até para ela mesma
- Você não quer que eu te solte. - ele disse com a voz rouca.
Ela olhou para cima para retrucar e então foi perdição total. A boca dele estava tão perto da sua … Os grandes olhos lhe pareciam querer devorar de uma maneira tão exitante que lhe impediu de todos os raciocínios lógicos que podia ter no momento.
Ela não teve voz para pedir que ele a solta-se. Não porque sua voz tinha sumido, não … O motivo para ela continuar quieta era porque ela sabia que se tentasse falar alguma coisa, as únicas palavras que sairiam seria “me beije logo”.
E mais uma vez, ele pareceu ler seus pensamentos, porque em questão de segundos os lábios deles estavam sobre os seus, com o mesmo saber incrivelmente exitante de que ela lembrara.
As línguas começaram a dançar em um sinfonia perfeita, e o beijo que até o momento era carinhoso, mudou completamente para apressado e um tanto selvagem.
Vendo que Eda já estava tão entregue quanto ele, Serkan lhe soltou os pulsos e tendo agora as mãos livres a a abraçou pelo quadril colando ainda mais seus corpos.
Em resposta a mão de Eda subiram até o pescoço de Serkan o puxando mais para si e aprofundando o beijo.
Nada mais existia para Eda. Nem barulhos, nem pessoas, nem nada do mundo. Apenas Serkan, e involuntariamente deixou escapar um gemido de perda quando ele se afastou um pouco e pegou o celular dela do bolso de sua bermuda.
Demorou um pouco para Eda entender que o celular estava tocando mais no momento de viu no visor “Pai” chamando, atendeu-o de imediato.
- Oi Pai. - ela disse ficando corada – Não é que eu meio que corri para atender o telefone. - ela respondeu quando ele perguntou o motivo para ela estar ofegante – Sim, estou na casa da Ceren. - mentiu – Sim, estou bem e você e a mamãe? - depois de uma longa pausa e mais alguns diálogos ela finalmente desligou.
- Eu vou para o meu quarto tentar dormir um pouco. - Serkan disse já começando a subir as escadas
- Você não vai trabalhar ? - ela perguntou antes de parar e raciocinar
- Depois de ter assado a noite em claro ? Não. Tenho que estar apresentável amanhã. E acho bom você fazer o mesmo se não, vai se confundir com o fuso horário.
- O que tem amanhã ? - ela perguntou confusa
- Vamos para Toronto não lembra ? Esteja pronta logo cedo. - ele anunciou subindo a escada de dois em dois degraus.
Oh... a viagem ! Claro. Ela já havia esquecido desse gigantes detalhe. Se bem que depois do que acabará de acontecer, tinha que ficar surpresa por ainda saber seu próprio nome.