O par de olhos azuis se arregalou e a loira pulou do sofá com a expressão assustada:
- A que estima me tem Eda? Claro que não! Nunca faria isso!Eda suspirou aliviada, e sorriu:
- Eu sei, desculpe. É que você me assustou...
- Eu estou assustada! - a loira disse desabando novamente no sofá – O que eu faço Eda?
- A primeira coisa é falar com Engin.
- Não posso fazê-lo. Não suportarei se ele me lançar aquele olhar de repreensão que os advogados tem. Oh, ele tinha que ser advogado? - Eda se obrigou a rir – Não ria de mim. Estou por um fio de perder o controle.
O silêncio caiu sobre ela, permitindo que ambas organizassem os pensamentos. De repente Ceren disse séria.
- Prometa que por enquanto isso fica entre nós Eda. Não quero que conte para Serkan. Pelo menos ainda não.
- Porque? - Eda disse com o tom de voz mais grave que o habitual. Por algum motivo a falta de confiança que Ceren demonstrou por Serkan a deixou irritada.
- Quero um tempo para preparar Engin para a notícia. Se você contar pro Serkan, temo que ele de com a língua nos dentes. Você pode fazer isso por mim?
Eda suspirou e pensou por longos segundos. Ceren tinha o direito de querer esconder isso por uns dias.
- Quando você pretende contar pro Engin?
- O mais rápido possível. - ela disse mirando o chão.
- Quer que eu converse com ele? - ela se propôs como qualquer boa amiga faria
- Não. Obrigado mas não. É algo que diz respeito a mim, a ele e ao … nosso filho.
- Ou filha. - Eda disse de imediato.
Ceren gemeu e deitou a cabeça no colo de Eda, como sempre faziam quando uma estava carente. Eda iniciou o cafuné e disse divertida:
- Nossa, estou fazendo cafuné em duas pessoas ao mesmo tempo... e só com uma mão. É tão estranho.
Eda finalmente conseguiu o que queria desde que a amiga havia batido em sua porta. Ceren gargalhou e secou os olhos.. desta vez não porque estava chorando, e sim porque derramara lágrima de tanto rir.
- Você vai ver que vai dar tudo certo. - Eda disse lhe beijando a cabeleira loira – Eu vou estar aqui com você o tempo todo. Sei que agora você esta com um pouco de medo, e céus eu também estou, mas não precisa se preocupar. Nós, juntas vamos tirar de letra, independente do que aconteça daqui pra frente. Combinado irmã?
- Combinado. - Ceren disse sentindo-se de repente mais confiante.
- E pode apostar que se precisar passar noites em claro porque o bebê não para de chorar, ou porque o bebê não quer dormir sozinho, ou quando ele chorar porque quer ser trocado, ou quando ele chorar porque quer mamadeira, ou quando ele chorar … - A loira lhe interrompeu
- Eu entendi Eda! - Ela disse divertida
O olhar de Eda se iluminou;
– Já imaginou uma bebezinho me chamando de tia Eda?
- De Dinda Eda. - Ceren a corrigiu e a olhou nos olhos – A menos que você ache que Serkan não vai aceitar. Você acha que Serkan vai aceitar ser o padrinho?
O coração de Eda bateu mais forte, e ela preferiu brincar do que falar realmente sério:- Acho bom mesmo. Mataria você se não me chama-se para ser a madrinha do seu primeiro filho. - Ceren riu novamente.
- Será que ele ou ela, vai ter olhos azuis? - a loira parecia sonhadora com um grande sorriso nos olhos – Eu gostaria de tivesse os cabelos de Engin... e o sorriso também. Por mim poderia ser a caricatura de Engin.
Eda riu e continuou acariciando o cabelo de Ceren:
- Tenho certeza que será uma criança linda Ceren.
- Eu também Eda.