Eram seis horas da manhã quando Anahi acordou com o barulho de louça sendo quebrada. Dando um pulo da cama, a loira correu para ver se estava tudo bem.
- Eda... - Ceren disse vendo a amiga com as mãos ensaboadas - ..o que você está fazendo lavando louça a essa hora ?
- Desculpe se te acordei. - ela disse com um sorrisinho amarelo – Não consegui dormir nada essa noite. - ela disse fazendo uma careta.
Ceren suspirou e logo depois deu um grande bocejo.
- Ele ligou para o seu celular ? - ela quis saber curiosa
- Não sei. - ela respondeu seria
- E porque você não sabe ? - a loira insistiu
- Porque deixei o celular lá em casa. - ela disse sem perceber que se referia como se a propriedade fosse dela
- Você é louca ? - Ceren disse com um gritinho histérico - E ele não ligou pra cá ? - ela disse apontando para o telefone
- Eu o tirei do gancho. - ela disse em tom de professora – E para o seu celular ?
- O meu celular esta no silencioso … e eu se quer sei onde ela esta. - ela admitiu parecendo só lembrar disso agora – Já pensou se seus pais te ligaram e você não atendeu ? - ela disse de repente
Eda ficou séria. Não havia pensado nisso... Também puderá, havia saído com tanta presa.
- Quero só ver na desculpa que você dar arranjar para eles caso Serkan atenda o celular. - a loira riu divertida da cara de Eda
- Isso não é nada engraçado ! - Eda ralhou - Você acha mesmo que ele fez isso ?
- Talvez. - a loira disse dando de ombros
- Droga! - ela gritou secando as mãos – Pode me levar pra casa agora ?
- Sim senhora. - a loira disse ficando de pé novamente – Só me devolva o pijama.
- E o que eu faria com um pijama cheio de porcos ? - ela disse divertida sobre a estampa da pijama
- Ora, não cuspa na prato que comeu sua idiota. - a loira disse lhe dando um leve empurrão fazendo-a rir.
E logo depois de alguns minutos ambos saiam de casa. Eda se encontrava com a mesma roupa da noite anterior, a maquiagem não estava mais impecável, e as olheiras demonstravam que ela realmente não havia dormido a noite.
- E então ? Como vai ser ? - Ceren perguntou quando estavam a menos de uma quadra da casa de Serkan.
- Como vai ser o que ? - ela disse confusa
- Você sabe o que eu quero dizer. - ela disse rolando os olhos
- Eu acho que não sei não. - Eda disse com a sobrancelha erguida
- Quero saber se vai bater nele até a morte... vai ?
Eda riu. Mesmo após tantos anos, Ceren sempre a surpreendia com essas perguntas sem cabimento.
- Você faria isso se estivesse no meu lugar ?
- Talvez. - ela disse dando de ombros
- Tenho pena do Engin em suas garras sabia ? - foi a vez da loira rir.
- Ele não pensa o mesmo que você querida, pode apostar.
Não demorou muito para que o portão da casa de Serkan já pudesse ser avistado.
- Chegamos. - Ceren disse puxando o freio de mão – Você vai ficar bem ? - ela disse seria desta vez
- Sim, não se preocupe. E obrigado pela ajuda.
- É para isso que servem as irmãs não .. ? - a loira disse sorrindo cúmplice
- Mesmo assim obrigado. - Eda disse lhe dando um abraço forte – Estaria perdida sem você.
- Eu sei. - ela disse esnobe
- Vá a merda. - Eda disse descendo do carro.
Com uma buzinadinha desnecessária Ceren arrancou.
Eda respirou fundo sentindo que agora estava sozinha.
Girou a chave no portão e entrou rezando para que Serkan já houvesse saído para o trabalho.
Caminhou pelo longo jardim, que de repente tornou-se minúsculo, pois cada passo que dava em direção a porta de entrada mais sentia a garganta fechar e lhe faltar o ar.
Juntando toda a coragem que lhe restava ela abriu a porta entrando de uma só vez. Estava prestes a se encaminhar ao primeiro degrau da escada quando a voz grave e rouca de Serkan lhe fez ficar paralisada :
- Você sabe que horas são? Posso saber onde diabos você estava que deixou o celular em casa?
Ela não precisou virar-se e encará-lo para saber que ele estava cuspindo fogo que tão bravo.