- Eu sei, eu sei Asli ! - Eda disse com o celular apoiado no ouvido e no ombro – Mas eu não estou atrasada! - mentiu - É claro que esta ! - Asli ralhou do outro lado da linha – Eu te conheço Eda. E conhecia mesmo. Ambas costumavam dizer que eram des-gemeas. Irmãs de alma. Asli com os cabelos loiros e extremamente lisos, e Eda com cabelos castanhos lisos cuidados. - Vou desligar, tenho que estacionar. Mal tinha terminado de falar e já tinha jogado o celular no banco do passageiro ; - Ai caramba, ai caramba, uma vaga, uma vaga … - ela dizia enquanto corria os olhos apressadamente pelo estacionamento lotado – Aha ! - ela disse sorrindo quando finalmente avistou uma vaga, ao longe. A sua esquerda um carro esportivo vermelho, parecia também procurar uma vaga. - Ah não ! - ela disse acelerando o seu carro. Pisou fundo no acelerador e observou o ponteiro do velocímetro subir. - Toma essa idiota. - ela disse olhando pelo retrovisor.
Como resposta, o esportivo acelerou. E logo já estava colado em sua traseira. - Caia fora, caia fora … - ela repetiu. O motorista do carro acelerou e lhe cortou bruscamente a frente, obrigando-a a frear. Virando as rodas do carro, ele estacionou perfeitamente na vaga, deixando Eda furiosa. Em um pulo ela abriu a porta do carro e gritou: - Essa vaga era minha idiota. - ela disse gritando Calmamente a porta do esportivo se abriu e dele um homem bonito e vestido de terno e gravata desceu com uma pasta na mão : - Não vi seu nome escrito nela. - ele disse com um sorriso debochado - Ora seu … - Eda praguejou – você não tem educação ? Seu … seu … argh ! - ela disse batendo o pé no chão e bufando. Um costume que tinha quando estava furiosa. - Procure outra vaga fim de papo. - o homem disse trancando o carro - Minha vontade é de te atropelar, idiota, fim de papo. - ela ameaçou sentando novamente em frente ao volante e fechando a porta. - Maravilha, estou atrasada ! - ela disse arrancando com o carro em busca de outra vaga. Quando finalmente achou uma e estacionou desceu do carro as pressas, se equilibrando no salto alto que usava. Entrou pelo grande e luxuoso hall da empresa mexendo na bolsa. “Onde foi que eu coloquei aquele papel !” - ela dizia em pensamento - “Droga, droga, droga!” A porta do elevador se abriu e ela apressou o passo para alcançá-lo a tempo. - Oh achei ! - ela disse sorrindo ao pegar o papel onde havia anotado o andar. A música lenta e casual do elevador lhe inundou os ouvidos. - Olha só o meu cabelo … - ela disse olhando seu reflexo no metal – Que coisa lamentável. - Você sempre fala sozinha ou estou presenciando um momento especial ? Ela levantou os olhos viu o mesmo homem do estacionamento. atras de si. - Não te interessa. - ela disse virando e apertando o número do seu andar - Quanta educação. - ele disse ainda com aquele maldito sorriso irônico – Você achou uma vaga afinal ? Nesta estava escrito o seu nome ? A ironia pingava de cada palavra dele. - Desculpe, - ela disse forçando um sorriso – sei que você esta tentando descobrir meu nome, mas mamãe disse para eu nunca discutir com idiotas, porque eles acabam nos rebaixando ao nível deles e ainda ganham por experiência. Por isso não vou discutir com você. - a porta do elevador se abriu – Tchau idiota .. - ela disse lhe mandando um beijo no ar. Ela verificou o papel mais um vez, e começou a caminhar em direção a mesa da recepção.
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