Ela desceu do elevador e pegou a chave do carro na bolsa de Ceren.
- Eda! - Gritou Serkan alguns metros atras dela.
Ela não parou, apenas ergueu o queixo e continuou andando depressa. Ele corria e ela sabia que ele devia ter descido pelas escadas do prédio. Ela estava nervosa de mais e demorou mais tempo do que pretendia com a chave para destrancar a porta. Quando sentou-se no banco trancou tocou as portas e ligou o motor. A mão grande e pesada de Serkan bateu no vidro com força.
- Vamos conversar, por favor! - ele pediu quando chegou até a janela do carro, ofegante.
- Não temos mais o que conversar. - Ela garantiu e viu pelo espelho retrovisor Engin, Ceren e Leila também correndo na direção deles.
- Desça desse carro e vamos conversar por favor! A Beren esta louca ela...
- Deixa eu adivinhar: ela te agarrou, te beijou tirou a própria blusa e abriu o seu cinto.
- Isso! - ele gritou com enfase – Eu não pude fazer nada.
- Sim, claro, afinal você só é uma dez vezes maior e mais forte que ela! Agora saia de perto do carro, caso contrário não pensarei duas vezes antes de atropelar o seu pé. - ela o alertou
- Você vai para casa?
- Sim. Vou pra minha casa.
- Ótimo... - ele disse respirando fundo -... vou pegar o meu carro e nos encontramos lá.
- Acho que você não entendeu... Eu disse a minha casa, não a sua.
Todo o corpo de Serkan tremia de pavor:
- O que isso quer dizer?
- Não aguento mais Serkan. Estou indo embora. - ela disse sentindo as malditas lagrimas caírem de seus olhos e o voz ficar tremula de repente
- Não. - ele gritou dando outro tapa no vidro – Abra esse carro! Você não pode ir embora! Não pode me deixar!- Não se preocupe. - ela pediu respirando fundo – Vou deixar que diga para a imprensa que foi você quem pediu o divorcio e quanto ao dinheiro, s quinhentos mil de adiantamento, eu prometo devolvê-lo assim que puder e...
- Que se dane! - ele gritou batendo a mão no vidro novamente – Você não pode me deixar, eu te amo!
As três palavras que Eda tanto queria ter ouvido nos dois meses e meio que haviam se passado, agora a machucavam como facadas. Reunindo todo o resto de resistência que ela ainda tinha, falou:
- Isso foi um acordo entre nós, fez sua parte e agora o acordo acabou, então por favor saia de perto do carro!
- Eda! Volte! - ele gritou enquanto ela manobrava o carro e arrancava em direção a autoestrada.
- Serkan? - Engin gritou parando ao seu lado – O que houve?
- Beren! - ele gritou sentindo a voz falhada e vendo o carro de Eda se afastar cada vez mais – Eu... fiz o que Eda pediu, eu a despedi e então ela riu e tirou a blusa, se jogou em cima de mim e começou a me beijar, abriu o meu e alguns botões da camisa, quando eu consegui afastá-la Eda estava parada na porta nos olhando! - ele disse passando as mãos no cabelo e tendo a sensação que logo seu coração se partiria em dois – E agora ela foi embora! O que vou fazer Engin? Meu Deus eu a amo, como não percebi antes?!
Já, há alguns quarteirões dali, Eda ultrapassava um sinal vermelho enquanto as lágrimas lhe nublavam a visão e os soluços lhe invadiam os ouvidos como uma melodia dramática e triste.
Não queria mais ficar naquele lugar... naquela cidade. Queria voltar para casa. Para o mundo onde ela podia ter o controle das coisas, ou de quase todas as coisas. No mundo onde Serkan jamais a acharia...A pedidos eu voltei kkkk